Renúncia de primeiro-ministro agrava crise política no governo Macron

A França enfrenta nova turbulência política após a renúncia do primeiro-ministro Sébastien Lecornu, menos de um mês após assumir o cargo. O Palácio do Eliseu confirmou nesta segunda-feira (6) que o presidente Emmanuel Macron aceitou o pedido de demissão, agravando o clima de instabilidade que já domina o país.

Lecornu, nomeado em 9 de setembro para substituir François Bayrou — derrubado por voto de desconfiança — alegou falta de apoio político e impasse entre os partidos. “Eu estava pronto para ceder, mas cada partido político queria que o outro adotasse todo o seu programa”, afirmou em pronunciamento no Palácio de Matignon.

Aos 39 anos, Lecornu foi o quinto primeiro-ministro do segundo mandato de Macron e o mais jovem ministro da Defesa da história francesa. Sua saída ocorre em meio à tentativa fracassada de reformular o gabinete e à piora do cenário econômico. A França é hoje o país mais endividado da União Europeia em valores absolutos, o que aumenta a pressão sobre o governo.

Com a renúncia, Macron avalia três opções: indicar um novo primeiro-ministro, dissolver o Parlamento e convocar eleições legislativas, ou — em um cenário mais improvável — deixar o cargo. A oposição, liderada pelo partido Reunião Nacional (RN), de Marine Le Pen, já cobra eleições antecipadas. “São absolutamente necessárias neste momento”, declarou Le Pen.

Dentro do governo, há resistência à escolha de um nome de esquerda, o que poderia desgastar Macron com sua base de centro-direita. Pesquisas recentes apontam que o RN ampliou sua força e teria boas chances em eventual disputa presidencial, reforçando o risco político de uma nova eleição para o atual governo.

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