Cena de beijo mais antigo do mundo é do Piauí, diz site de Portugal

A cena do beijo pode ser vista no Sítio Boqueirão da Pedra Furada

O Site português Sapo Viagens publicou matéria sobre o Parque Nacional Serra da Capivara, localizado no Piauí, que tem a maior concentração de figuras rupestres do mundo. A equipe veio ao Piauí a convite do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e da Visit Brazil Travel Association (VBRATA). As pinturas retratam o cotidiano das civilizações e uma das que mais chamou a atenção foi a cena do beijo, registrada há mais de 12 mil anos.

Para a equipe, o maior fascínio recai na variedade dos episódios retratados. “Na Serra da Capivara, encontramos registros pré-históricos sobre o quotidiano de quem habitou a terra há mais de 12 mil anos. Se visitar este parque, prepare-se para ver cenas de sexo (incluindo orgias), de partos ou de decapitação, entre tantas outras, como a do amoroso beijo. Há muitas figuras para ver e interpretar que mostram factos curiosos para além das cenas mais habituais – caça e animais”, destacou a publicação.

No local, a equipe conta ter encontrado a figura rupestre mais amorosa que já foi vista. A cena, registrada há mais de 12 mil anos, é uma das grandes atrações do lugar que, entre desfiladeiros e monumentos geológicos, leva o turista a viajar pela história do homem.

A cena do beijo pode ser vista no Sítio Boqueirão da Pedra Furada, cuja escavação iniciou na década de 1970, durante a missão franco-brasileira conduzida pela arqueóloga Niède Guidon, sendo um dos mais populares e surpreendentes, podendo, inclusive, ser visitado durante a noite.

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Na serra, a equipe foi conduzida por guias profissionais que cresceram e conhecem a região e que relataram as experiências e fatos históricos do parque, como Marcelo Ribeiro, 40 anos, que levado pela curiosidade, começou a escavar na infância e se formou em Antropologia.

Quem também esteve com a equipe da Sapo Viagens foi o técnico de conservação do parque, Giordanno Macedo, 45 anos. Ele falou à reportagem que se não fosse o parque da Serra da Capivara, estava em apuros. “Eu trabalhava na roça e estava ferrado porque hoje chove menos”, explica.

Um fato que chama a atenção é que os desenhos atravessaram séculos e milênios e, de acordo com o técnico de conservação, os antepassados não tocavam nas pinturas rupestres porque acreditavam que elas eram mal-assombradas. E, mesmo nos nossos dias, os avós diziam isso aos filhos”, explica Giordanno, citando ainda a baixa umidade no semiárido auxilia na conservação da pintura.

A equipe destaca a fauna e a flora, traz indicações do melhor tempo para visitar e conhecer o Parque Nacional Serra da Capivara e também fez referências à produção da Cerâmica da Serra Capivara, localizada no município de Coronel José Dias. A fábrica que produz arte surgiu com o propósito de gerar renda para comunidade local e atualmente, fabrica entre 10 a 15 mil peças por mês. As peças são comercialzadas no formato online e também em lojas físicas, inclusive, uma em Teresina, na Central de Artesanato Mestre Dezinho.

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