Agricultura familiar no Piauí receberá investimentos de R$ 315,7 milhões

O projeto deve atender a aproximadamente 24 mil agricultores que inclui indígenas

O Piauí vai receber um financiamento do Banco Mundial no valor de US$ 63,28 milhões – R$ 315,7 milhões no câmbio atual – para aumento da renda e ações de convivência da agricultura familiar com as mudanças climáticas.

O projeto aprovado na noite de quinta-feira pelo conselho de Diretores do Banco Mundial deverá atender aproximadamente 24 mil agricultores familiares, que inclui povos indígenas, comunidades quilombolas e outros povos tradicionais.

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Johannes Zutt, diretor do Banco Mundial para o Brasil afirma que esse projeto é um passo significativo para a promoção do desenvolvimento sustentável e da resiliência nas áreas rurais do Piauí.

“Ao ajudar os agricultores familiares e as comunidades tradicionais a garantirem seus direitos de uso da terra e a empregar práticas agrícolas sustentáveis, esta iniciativa pode ajudar tanto a aumentar a renda da população quanto a melhorar a adaptação climática, conduzindo, em última análise, a um futuro mais sustentável para todos os envolvidos,” afirma ainda o dirigente do Banco Mundial.

O projeto será executado ao longo de um período de cinco anos. O pacote de financiamento total inclui um empréstimo de US$ 50 milhões do Banco Mundial, US$ 12,5 milhões em recursos de contrapartida do Governo do Estado do Piauí e US$ 0,82 milhão dos próprios beneficiários

O projeto de US$ 63,28 milhões fortalece o desenvolvimento rural sustentável ao buscar soluções para os principais desafios enfrentados por agricultores familiares no Piauí: insegurança fundiária, degradação de recursos naturais (principalmente florestas e fontes de água), vulnerabilidade às mudanças climáticas e limitações em termos de conhecimentos, capacidades e acesso a financiamento para enfrentar tais desafios.

Segundo nota do Banco Mundial, esses obstáculos pesam mais sobre os produtores menores e mais vulneráveis, mantendo-os, muitas vezes, “reféns de sistemas que geram pouca renda e têm impactos adversos nos recursos naturais”.

O projeto será posto em prática em colaboração com diversas instituições do estado, como o Instituto de Terras do Piauí — Interpi, as Secretarias de Meio Ambiente, de Agricultura Familiar e de Planejamento.

Segundo o Banco Mundial, um dos objetivos do projeto é aumentar a segurança fundiária com titulação de terras em assentamentos de reforma agrária administrados pelo Interpi.

Outra proposta é a de melhorar a gestão de recursos naturais com proteção e recuperação dos mananciais; prevenção, controle e manejo de incêndios florestais; e apoio à regularização ambiental das propriedades de agricultura familiar.

Na perspectiva da sustentabilidade ambiental, o projeto ajudará os beneficiários a adotarem o que o Banco Mundial chama de “práticas agrícolas inteligentes em termos de clima”, além de maior acesso à formação, ao financiamento e aos mercados.

ESTADO VULNERÁVEL

A inclusão está ao centro de todos os esforços, dando atenção especial aos povos indígenas, quilombolas e outras comunidades tradicionais.

O Piauí é um dos estados mais vulneráveis do Brasil, com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,646 – ocupando a 24ª posição entre as 27 unidades federativas do país. O PIB per capita do estado equivale a cerca de metade da média brasileira.

Embora o setor de serviços represente 74,8% da economia piauiense nas zonas rurais, a agricultura é a principal fonte de atividade econômica. “Estamos investindo fortemente no desenvolvimento sustentável da agricultura familiar, oferecendo assistência, tecnologia e apoio à comercialização para o pequeno agricultor, de forma a ampliar a sua produção, produtividade e renda”, diz o governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT).

Ele afirma que o apoio do Banco Mundial é muito importante para que po Piaií possa “avançar ainda mais nessa política de apoio aos nossos agricultores e agricultoras familiares”.

Fonte: Portal AZ

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