EUA reabrem acordo da Odebrecht e colocam Lava Jato sob nova pressão

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) reabriu o acordo de leniência da Odebrecht, considerado o maior caso de suborno estrangeiro da história. A medida reacende pressões sobre a empreiteira, o Partido dos Trabalhadores (PT) e nomes ligados à Operação Lava Jato.

A iniciativa partiu de Ed Martin, atual Pardon Attorney dos EUA e diretor do Weaponization Working Group no governo Trump. Ele deu prazo até 7 de outubro para que Andrew Weissmann, que chefiava a Seção de Fraudes do DOJ em 2016, apresente documentos do processo.

Na época, a Odebrecht confessou ter pago US$ 788 milhões em propina em 12 países. O acordo de leniência rendeu US$ 3,5 bilhões em multas, mas sem identificar vítimas diretas, o que levou contribuintes de países como o Peru a arcarem com obras superfaturadas. Críticos afirmam que a empresa pagou proporcionalmente menos do que outras multinacionais investigadas no mesmo período.

Agora, Weissmann é alvo de questionamentos: por que tratou a Odebrecht de forma diferente? Houve abuso de autoridade ou motivação política? Caso as respostas não convençam, o acordo pode ser anulado e a empreiteira voltaria ao banco dos réus.

Os reflexos atingem também o Brasil. O que parecia encerrado pode ressurgir em Washington sob outra ótica: não mais apenas como combate à corrupção, mas como possível caso de blindagem seletiva.

Se confirmadas as suspeitas, os impactos vão além da Odebrecht, alcançando figuras-chave do PT e ex-integrantes da Lava Jato. O recado dos EUA é direto: o caso Odebrecht ainda não terminou.

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