‘Jogo do Tigrinho’: influenciadoras suspeitas de crimes digitais são alvos de operação

A Polícia Civil do Piauí deflagrou nesta quinta-feira (11), em Parnaíba, no litoral do estado, a Operação Laverna, que tem como alvo influenciadoras digitais suspeitas de envolvimento em crimes virtuais por meio da promoção de plataformas de apostas ilegais, como o popular “Jogo do Tigrinho”.

Segundo as investigações, estão envolvidas as influenciadoras Thaisa Costa, que soma cerca de 594 mil seguidores, Tereza Iva, com aproximadamente 128 mil seguidores, e Emília Magalhães, que possui 93,2 mil seguidores. Elas são apontadas como responsáveis por divulgar plataformas de apostas conhecidas como o “Jogo do Tigrinho” e similares, que prometem ganhos rápidos e fáceis em dinheiro real.

“Essas três influenciadoras divulgavam esses jogos das plataformas nos seus Instagrams e, a partir disso, os seus seguidores clicavam naquele link e, no momento em que jogavam e perdiam valores, cerca de 40% desses valores se revertiam para essas influenciadoras, o que caracteriza a indução do consumidor a erro, uma publicidade falsa”, explicou o delegado Ayslan Magalhães.

Cidadeverde.com busca contato com a defesa das investigadas e mantém o espaço aberto para esclarecimentos.

De acordo com a Polícia Civil, a divulgação dessas plataformas teria movimentado cerca de R$ 10 milhões.

“A que movimentou mais dinheiro foi R$ 6 milhões, a outra R$ 3 milhões e a outra R$ 1 milhão. Uma não fez viagem internacional e investiu seu dinheiro em móveis, em carro de luxo, bem como lojas físicas. As outras duas também investiram parte do dinheiro comprando imóveis e carros e também montaram lojas físicas, uma forma de lavar esse dinheiro que veio de uma forma ilícita e transformando ele, dando uma aparência de dinheiro limpo, dinheiro lícito”, acrescentou o delegado.

Equipes da 2ª Delegacia Seccional, com apoio da Superintendência de Operações Integradas (SOI), cumpriram mandados de busca e apreensão contra as investigadas, que resultaram na apreensão de carros de luxo, joias, bolsas e sandálias de grife.

O delegado Ayslan Magalhães, responsável pelo caso, destacou que as suspeitas podem responder por crimes de estelionato, organização criminosa, lavagem de dinheiro, divulgação de loteria não autorizada e indução do consumidor a erro.

“Essas plataformas operam sem qualquer autorização dos órgãos competentes, sem mecanismos de transparência ou auditoria, funcionando à margem da legislação nacional, à semelhança de cassinos online”, pontuou o delegado.

O delegado pediu ainda que as pessoas que se sintam lesadas pelas influenciadoras procurem a delegacia para registrar boletim de ocorrência de estelionato.

“A gente divulga o nome dessas influenciadoras para que as pessoas que se sintam lesadas a partir do comportamento delas venham à delegacia e registrem BO de estelionato”, afirmou.

Operação Laverna

Segundo a polícia, o nome da operação faz referência à deusa romana Laverna, associada ao submundo, ladrões e atos ocultos, representando o caráter dissimulado das práticas investigadas.

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