Niède Guidon critica falta de segurança após morte de vigia no Parque Nacional Serra da Capivara

presidente da Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham), a arqueóloga Niède Guidon, falou ao G1 neste sábado (19) e criticou a falta de segurança no Parque Nacional Serra da Capivara, localizado na região da caatinga piauiense, Sul do Estado. Nessa sexta-feira (18), um vigia do Parque, Edilson Aparecido da Costa Silva, morreu após confronto com caçadores que invadiram o espaço. Dois suspeitos foram localizados.

“Infelizmente são poucos guardas, com equipamento precário, sem coletes e sem armas e sabemos que a coisa mais fácil hoje em dia é um bandido ter armas. A área em que estavam era super perigosa, sempre há caçadores por lá. Ele morreu quando ele outros trabalhadores estavam algemando um caçador que foi pego no Parque e os outros caçadores já chegaram atirando”, informou a pesquisadora.

A polícia localizou dois caçadores feridos e suspeitos de participar da ação. Ainda está sendo apurado se os guardas estavam armados. Segundo ela, a área tem sido constantemente visitada por caçadores porque a uma área de lagoa no Parque foi recuperada e os animais silvestres passaram a ir ao local com mais frequência, para beber.

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Os outros guardas foram atingidos nas pernas e não correm risco de morrer. O confronto aconteceu no município de João Costa e o corpo de Edilson foi encaminhado ao necrotério do Hospital Regional Justino Luz, em Picos. Ao G1, a assistência social do hospital informou que o corpo já foi liberado.

O FUNDHAM e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que faz a gestão do Parque, informaram que o velório do corpo de Edilson acontecerá na Fundação. O caso está sendo investigado pela Polícia Federal e as Polícias Civil e Militar do Piauí acompanham as investigações e as buscas por suspeitos.

Quatro caçadores teriam participado da ação que vitimou o trabalhador. O ICMBio informou que ele era funcionário de uma empresa terceirizada que presta serviços ao Instituto.

O Parque

Em 1991, a UNESCO inscreveu o Parque Nacional Serra da Capivara na lista do Patrimônio Mundial, a título Cultural, em razão da importância dos registros rupestres existentes. Segundo o ICMBio, no Parque encontra-se a maior concentração de sítios arqueológicos atualmente conhecida nas Américas, com mais de mil sítios cadastrados.

Síto Arqueológio da Serra da Capivara reúne arte rupestre (Foto: Reprodução/TV Clube)

Síto Arqueológio da Serra da Capivara reúne arte rupestre (Foto: Reprodução/TV Clube)

Nos abrigos, além das manifestações gráficas, encontram-se vários vestígios da presença do homem pré-histórico, com datações mais antigas conhecidas no continente americano. A região abriga 173 sítios arqueológicos abertos à visitação.

O Parque foi criado através do Decreto de nº 83.548 de 5 de junho de 1979 e sua proteção foi ampliada pelo Decreto de nº 99.143 de 12 de março de 1990. Foram criadas as Áreas de Preservação Permanentes adjacentes, com total de 35.000 hectares.

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