Viva o Semiárido terá R$ 56 milhões para investimentos no Piauí

O Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida), agência ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), informou, na semana passada, em comunicação oficial ao Governo do Piauí, que o financiamento adicional para o Projeto Viva o Semiárido (PVSA) foi aprovado e será de USD 16.5 milhões, ou seja, aproximadamente R$ 56 milhões. Isso será em complemento ao financiamento atual do PVSA, executado pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural (SDR). O projeto já recebeu investimentos de USD 20 milhões, cerca de R$ 68 milhões. Com o aditivo, o programa vai alcançar um financiamento Fida na ordem de R$ 125 milhões.

Esse investimento está sendo aplicado em 112 planos de negócios (PNs) com termo de colaboração assinados entre associações de produtores e a SDR, dos quais 34 já receberam a primeira parcela de recursos. Outros 40 planos estão em fase de análise. O conjunto desses 152 planos de negócios vai beneficiar diretamente 5.360 famílias, contemplando 1.607 mulheres e 823 jovens, que fazem parte do público-alvo atendido pelo projeto.

No Piauí, esse recurso está sendo direcionado para o desenvolvimento das cadeias produtivas da apicultura, piscicultura, ovinocaprinocultura, criação de galinha caipira, cajucultura, mandiocultura e horticultura; e ainda para capacitação de jovens. Porém, o financiamento adicional também deverá reforçar outras áreas nas quais o PVSA atualmente não atua como investimentos hídricos de pequena escala, inovações e meio ambiente.

O direcionamento do aditivo será definido durante uma nova missão Fida ao Piauí, a ser realizada de 21 de agosto e 01 de setembro deste ano, quando será produzido um documento que deverá ser aprovado nas instâncias federais e junto ao fundo internacional. A equipe do Fida antecipou que a assinatura do aditivo está prevista para o primeiro semestre de 2018. A previsão é de apresentar o projeto para aprovação da junta durante sua primeira reunião anual, em abril do próximo ano.

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Programa Viva o Semiárido - FIDA

O contrato vai se tornar efetivo e disponível para aplicação, no ato da assinatura do contrato previsto para o primeiro semestre de 2018. Porém, poderá ser negociado com o governo durante o desenho, a possibilidade de reconhecer gastos retroativos, ou seja, antes da assinatura e depois da negociação do contrato.

Para o oficial de projetos Fida no Brasil, Hardi Vieira, as expectativas são muito positivas, pois a equipe do PVSA vem fazendo um excelente trabalho e merece o apoio do fundo devido aos resultados apresentados. “Nossa expectativa é de que os investimentos produtivos e planos de negócios sejam sustentáveis e façam uma diferença na vida dos pequenos agricultores do Semiárido do Piauí. Para tanto, alguns pequenos ajustes são necessários na implementação do PVSA e isso foi acordado no memorando da missão de revisão de meio termo em maio de 2017. Entre os acordos, vale destacar uma atenção especial ao tema de gênero e a contratação da assistência técnica em gestão para permitir que os planos de negócios sejam bem geridos e exitosos”, enfatizou Hardi Vieira.

Programa Viva o Semiárido - FIDA

O governador Wellington Dias, ressaltou que a aprovação do aditivo é também fruto de uma visita que fizemos à sede do Fida, em Roma, no fim do ano passado, com a presença da presidência e da Junta Executiva do fundo de investimentos. “A aprovação desse aditivo significa um sinal para outro contrato maior, já apresentado por nós e já sendo analisado pela agência da ONU. Aliás, ele tem tudo a ver com investimentos no Semiárido e em atividades que temos grande potencial para crescer, gerar emprego e renda. Eu comemoro essa confiança no Piauí e é um sinal de que o Estado fez o dever de casa e a equipe da SDR conduziu este processo com muita eficácia”, destacou Dias.

O secretário de Estado do Desenvolvimento Rural, Francisco Limma, reforçou que a aprovação do aditivo é uma conquista do estado do Piauí. “Esse é o resultado do desempenho do PVSA, retomado em 2015, uma vez que esteve paralisado no governo anterior. Ficamos muito satisfeitos com sinalização da agência da ONU para os nossos bons resultados”, acrescenta o gestor.

O público-alvo são grupos de produtores rurais com interesses comuns, organizados em entidades, legalmente constituídas, como associações e cooperativas; priorizando mulheres, jovens e provenientes de quilombos.

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Educação Contextualizada

O PVSA também investe na educação do Piauí, tendo a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) como uma das co-executoras do projeto e que pretende formar 1.500 professores de 100 escolas distribuídas nos cinco territórios de atuação do Viva o Semiárido. Feito isso, os professores vão multipicar o conhecimento, contemplando 12 mil alunos com a implementação de projetos produtivos dentro das escolas, sendo os próprios alunos, professores e gestores, os protagonistas desta ação. Os alunos ainda vão receber bolsas para estágio e pesquisa, além de capacitação para concorrerem a editais de projetos produtivos.

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Ascobetânia se destaca com apoio do PVSA

Criada em 2012, a Associação dos Criadores de Ovinos e Caprinos de Betânia do Piauí (Ascobetânia) iniciou com 42 sócios e, nos últimos cinco anos, este número cresceu para 136 sócios, sendo 95 beneficiados pelo Projeto Viva o Semiárido, tendo também a presença de jovens e mulheres. O projeto está investindo R$1.355.458,06 para aquisição de um caminhão, já entregue na primeira fase de execução do plano de negócio; e a construção de 95 apriscos (centros de manejo), silo e ainda vão contar com assistência técnica, na segunda etapa.

Josevan Coelho Damasceno, presidente da Ascobetânia, afirmou que as ações conjuntas do PVSA, como realização de oficinas e capacitações estão contribuindo para a realização de um sonho. “Nosso maior desejo é formalizar nossa cooperativa para unir forças e comercializar nossos produtos de forma mais sistemática. No momento, estamos vendendo nossos caprinos e ovinos para o Pernambuco e Piauí. Nosso rebanho é formado por cerca de 20 mil animais, ao todo. O projeto Viva o Semiárido vem possibilitando o nosso crescimento da nossa estrutura. Com a construção dos apriscos será possível melhorar bastante a qualidade dos nossos animais e, com isso, promover uma melhor aceitação do nosso produto pelo mercado”, enfatizou Josevan.

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Autoria: Larissa Machado

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