Vítimas de estupro coletivo participam de missa em Castelo do Piauí

As adolescentes vítimas do estupro coletivo em Castelo do Piauí no início do ano participaram de uma missa na igreja de Nossa Senhora do Desterro, no Centro do município. A missa foi celebrada no domingo (18/10) e, na ocasião, as sobreviventes Iza, Julinária e Rafaela agradeceram à Deus por terem se recuperado e leram uma carta para os presentes.

 

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As adolescentes organizaram um grupo intitulado “Bote Fé” com intuito de atrair o maior número de pessoas para a missa. A igreja estava lotada. Eram quase 500 pessoas. O local é o mesmo onde foi realizado o velório da jovem Danielly Rodrigues, que também foi vítima do estupro coletivo e morreu dias depois no Hospital de Urgência de Teresina (HUT).

De acordo com o Portal Em Foco, na coluna de Ronaldo Mota, filho do PM Elias Júnior, investigado sob suspeita de ser o mandante do estupro coletivo, um texto publicado revela na íntegra o que seria a carta lida pelas jovens durante a missa.

Leia abaixo a íntegra da mensagem:

“Como é bom sentir a presença de Deus nas nossas vidas, saber que Ele está sempre ao nosso lado nos amparando com a sua mão divina! Somos vitoriosas pelo simples fato de estarmos vivas, por ganharmos uma nova oportunidade de todos os dias, conquistar algo novo e de procurar ser melhor em todos os sentidos. Somos muito agradecidas por todas as vitórias que já alcançamos nas nossas vidas, das mais difíceis àquelas mais simples. A cada vitória nos sentimos mais vivas, mais abençoadas, mais amadas e ainda mais protegidas. A cada vitória temos mais certeza que as próximas batalhas também serão vencidas, o medo já não é mais um obstáculo e é através do amor de Deus que nos sentimos cada vez mais agradecidas! Não existem palavras suficientes e significativas que nos permitam agradecer à vocês por tudo que fizeram por nós, mas, pedir a Deus que os abençoe sempre e os conserve pessoas generosas como são. Sem o apoio de vocês teria sido tudo bem mais difícil. O que nos resta agora é dizer MUITO OBRIGADA DEUS POR TER COLOCADO ESSAS PESSOAS EM NOSSAS VIDA. Muito obrigada! Com todo nosso carinho e de coração lhes agradecemos, pelo resto das nossas vidas lhes agradecerei.

De suas meninas, Julinária, Iza e Rafaela…”.

O CRIME
Quatro adolescentes e um maior de idade foram capturados pela polícia acusados de serem os autores de vários crimes contra as quatro adolescentes em cima do Morro do Garrote, em Castelo do Piauí. Na ocasião, os acusados estupraram, mutilaram e jogaram as vítimas de cima de uma altura de 10 metros. Uma delas morreu poucos dias depois no HUT.

ACUSADOS
Os quatro adolescentes foram apreendidos no mesmo dia do crime. Um deles identificado como Gleison Vieira, de 17 anos delatou os demais. Os menores foram condenados à 24 anos de internação. Gleison foi morto pelos outros três companheiros poucos dias depois no Centro Educacional Masculino. Já Adão, o maior de idade, foi preso pela polícia alguns dias depois do estupro coletivo. Ele ainda não foi julgado, mas se encontra preso no presídio de Altos (PI). O acusado pode ser condenado até 151 anos de prisão, de acordo com a Promotoria de Justiça do Estado.

PM ENVOLVIDO
A Corregedoria da Polícia Militar do Piauí afastou e investiga o policial Elias Júnior, apontado como um dos suspeitos de ser o mandante do estupro coletivo. O PM é proprietário de uma rádio pirata que é comandada pelos filhos Romário e Ronaldo Mota, além de gerenciar uma empresa de segurança que presta serviços na cidade sem autorização. Ele foi encaminhado para o Quartel do Comando Geral, em Teresina, onde está sendo investigado. O militar já havia sido alvo de investigação da Corregedoria em outras oportunidades.

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