Transnordestina trilha novos caminhos para o Piauí

A construção da ferrovia Transnordestina foi retomada com alta velocidade nos municípios por onde passa, como Paulistana, Simplício Mendes, Conceição do Canindé e Itaueira. O município de Elizeu Martins é o ponto de partida da ferrovia, que permitirá o transporte de grãos do agronegócio dos cerrados e de minérios como ferro e níquel produzidos no semiárido piauiense para o Porto de Pecém, no Ceará, e de Suape, no Estado de Pernambuco.

A obra vem causando forte impacto positivo no comércio e nos setores de hotéis e restaurantes, além da oferta de trabalho para uma mão de obra que estava desempregada ou trabalhando em outros estados, longe da família. Nesses municípios são abertos novos supermercados, clínicas de saúde, hotéis e a frota de veículos ganhou caminhonetes e automóveis mais caros.

O empresário Francisco Simão Ramos inaugurou seu hotel no centro de Paulistana, há 12 anos, mas agora, os 22 leitos do estabelecimento estão sempre ocupados. Maria de Sousa afirma que a maioria dos apartamentos é ocupada por engenheiros e funcionários das empresas que prestam serviços para a Transnordestina Logística, proprietária da ferrovia.

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“Os 22 leitos sempre estão ocupados porque o movimento de pessoas de fora de Paulistana é muito grande e quase todos os hóspedes trabalham na Transnordestina”,  afirma Maria de Sousa.

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As funcionárias de um restaurante que fica no centro de Paulistana, Bruna Carvalho da Cruz e Leidiajane Macedo contam que durante o jantar são servidas cerca de 200 refeições, quase todas para os funcionários das empresas que trabalham na construção.

“Nós oferecemos, todos os dias, mais de cem cafés da manhã; durante o almoço, oferecemos mais de cem refeições; e durante a noite vendemos o dobro das refeições, ficando em cerca de 200”, declarou Bruna Carvalho.

Em Itaueira, um dos municípios por onde a Transnordestina passa, os operários são, em sua maioria, do Piauí. São operários que já trabalharam na construção civil em São Paulo, como trabalhadores rurais em lavouras e no corte de cana de açúcar no Mato Grosso e no Estado de Goiás.

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Safra de grãos bate recorde pela 3ª vez seguida

O Piauí bate o terceiro recorde de produção de grãos em três anos consecutivos e terá, pela primeira vez, na safra de 2016, produção de 3,293 milhões de toneladas de grãos. Os números são do boletim de Acompanhamento da Safra Brasileira de Grãos, divulgados recentemente pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Segundo a Conab, a safra 2015-2016 tem a previsão de uma produção 5,1% maior em relação à safra de grãos colhidos na safra 2014-2015.

A produção de soja no Estado continua sendo destaque, assim como a de arroz e algodão que tiveram crescimento acima do esperado. Em meio à boa expectativa de safra, uma das principais demandas dos produtores é quanto ao escoamento de toda essa produção, realizada, atualmente, apenas pelas rodovias. A conclusão da ferrovia Transnordestina abre oportunidades para os produtores, sendo possível ampliar o escoamento da produção agrícola, com condições para novos negócios, permitindo maior competitividade do agronegócio brasileiro.

Os produtores piauienses também vislumbram um grande mercado fora do país e segue na contramão da estatística nacional de retração. No primeiro semestre, as exportações de produtos piauienses para outros países cresceu 104,9% em relação do mesmo período de 2014 e atingiu US$ 168.510.436.

O levantamento da balança comercial realizado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior consagra o Piauí como a segunda unidade da federação que mais avançou em termos de crescimento no número de exportações para o mercado internacional. De acordo com o levantamento, os grãos de soja, as ceras vegetais, o mel, algodão, a pilocarpina, quartzitos e outros minerais foram os principais produtos responsáveis pelo crescimento das exportações no estado piauiense.

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Texto e fotos: Efrém Ribeiro 

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