Tecnologia na infância, qual o limite?

Especialista explica o impacto que o uso excessivo de eletrônicos podem causar no desenvolvimento da fala da criança.


É impossível imaginar uma infância livre da influência dos equipamentos eletrônicos. Por isso, os limites recomendados de utilização dessas tecnologias não param de ser revistos, bem como a maneira com que os pequenos deveriam interagir com as telas.

Isso vale para todas as fases, mas, principalmente entre o primeiro e o segundo aniversário, explica a fonoaudióloga Déborah Dias.

Fonoaudióloga Déborah Dias.

“Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, após uma atualização em 2020 no Manual de Orientação #MenosTelas #MaisSaúde, o tempo de exposição a esse uso ganhou nova configuração”, disse a especialista.

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A fonoaudióloga explica que uso excessivo pode atrasar o desenvolvimento de habilidades de linguagem e sociabilidade das crianças.

“Muitos iniciam o uso de celular antes mesmo de começar a falar as primeiras palavras com 1 ano de idade. Pesquisas mostram que quanto mais cedo a criança for exposta ao uso de telas (celular, tablet, computador, televisão), mais provável o surgimento de um atraso de fala. A criança que fica atenta apenas em eletrônicos tende a desenvolver menos interesse nas ações que acontecem ao seu redor, com isso ela não adquire habilidades básicas que são pré-requisitos para o desenvolvimento da fala”, alerta especialista que elenca alguns pontos do Manual de Orientação, divulgado pela Sociedade Brasileira de Pediatria:

– Evitar a exposição de crianças menores de 2 anos às telas, sem necessidade e nem passivamente;
– Crianças com idades entre 2 e 5 anos, limitar o tempo de telas ao máximo de 1 hora/dia, sempre com supervisão de pais/cuidadores/ responsáveis;
– Crianças com idades entre 6 e 10 anos, limitar o tempo de telas ao máximo de 1-2 horas/dia, sempre com supervisão de pais/responsáveis;
– Adolescentes com idades entre 11 e 18 anos, limitar o tempo de telas e jogos de videogames a 2-3 horas/dia, e nunca deixar “virar a noite” jogando.

Cada vez mais cedo as crianças estão sendo expostas ao uso de telas e isso está afetando de forma direta trazendo diversos prejuízos também para o desenvolvimento cognitivo, escolar, social, e ainda inclusive para as questões nutricionais, visuais, sono e comportamentais das crianças e adolescentes.

“Os adultos devem ser exemplos para as crianças, então o ideal é que também diminuam o uso dos celulares na presença de seus filhos. Brinquem com suas crianças, é brincando que se aprende. Insira as crianças nas atividades do dia a dia da casa. As crianças maiores e que já usam demasiadamente, retire de forma gradual, definindo os horários com limite de tempo permitido para o uso e estabeleça rotinas de brincar ao ar livre. O ideal é que o contato com eletrônicos não aconteça antes dos 2 anos, sobretudo nas duas horas que antecedem o sono e durante as refeições”, pontou.

É bem provável que estejamos entrando em uma fase da humanidade em que, de fato, não haverá volta em direção às coisas mais simples da vida, ou seja, tudo vai nos empurrar em direção à tecnologia, o que pode ser muito interessante, desde que seu uso seja equilibrado e sensato.

Deborah Dias é fonoaudióloga formada pela UNINOVAFAPI desde 2013, especialista em Linguagem, atua em avaliação e terapia para crianças com foco na fala e linguagem, teste da linguinha e transtornos de aprendizagem.

Contato: (89) 98109-8902

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