O sertão tem música, sim. Em todos os cantos do Piauí há pessoas envolvidas com o ensino da música e o resultado são talentos e grupos que se destacam e começam a fazer shows. Em São Raimundo Nonato, vários projetos ganharam o respeito do público como é o caso do Som e Arte, comandado por Zé Líder.
Empresário apaixonado por música, Zé diz que sempre gostou de reunir amigos para tocar e fazer alguns eventos com música. Ele conta que começou a reunir pessoas para ouvir e curtir boa música e com isso conseguiu algum recurso que foi usado para aquisição de cestas básicas para doações a famílias carentes. Depois veio a ideia de investir em aulas de violão para crianças e jovens da cidade.
Assim, nasceu o projeto Som e Arte, em julho de 2014, que tem como proposta ensinar música a crianças e jovens na faixa de 8 a 18 anos. É uma iniciativa que tem atraído jovens e revelado talentos.
“O requisito para participar das aulas é apenas ter vontade de aprender”, diz Zé Líder, declarando que no momento, o projeto tem aula de violão, mas a intenção é ampliar e abranger mais jovens para tocar outros instrumentos.
O Som e Arte faz a diferença na cidade e como resultado, os jovens músicos já se apresentaram nos festejos de São Raimundo Nonato. É possível notar destaques surgindo no grupo tanto para vocal. “Temos alunos que já dominam as técnicas do violão”, diz.
Funcionando com apenas o professor Marinaldo, o Som e Arte é mantido por Zé Líder. “Então, reúno alguns músicos para formar uma banda e fazer apresentações pela cidade para arrecadar fundos e ajudar na manutenção do projeto”, comenta. É dessa forma, enfrentando desafios, que o Som e Arte segue firme, forte e com o respaldo do público que conhece e aprova o trabalho do grupo.
Com as apresentações, os alunos vão adquirindo experiência e têm oportunidade de mostrar, na prática, o que aprendem durante as aulas. “Nosso projeto tem boa repercussão na cidade, somos conhecidos”, diz o coordenador.
Segundo Zé Líder, a proposta do Som e Arte é proporcionar aos jovens a oportunidade de poder aprender aulas de violão e, futuramente, oferecer mais cursos, já que a cidade tem sido muito carente de arte.
“Não temos aulas de músicas nas escolas das redes pública e particular”, comenta. Então, são iniciativas como individuais e isoladas que têm feito a diferença na cidade.
Para desenvolver o projeto, Zé Líder diz que os ensaios, antes feitos em casa alugada, agora são realizados em sua residência. Assim, enfrentando todos os desafios, o empresário diz que não se considera artista, mas apenas um amante da música, que gosta de compartilhar conhecimento, descobrir talentos e ajudar pessoas.
No projeto Som e Arte, além de aprender a tocar violão, os alunos têm contato com os diversos ritmos da música brasileira. No repertório executado estão composições de Luiz Gonzaga, Zé Ramalho, Zezé Di Camargo, dentre outros artistas.