Depois do agronegócio, que transformou os cerrados piauienses, a geração da chamada “energia limpa”, desde o litoral Norte ao extremo Sul, é o novo desafio do Piauí para esta década, quando terão sido investidos mais de R$ 23 bilhões somente na produção de energia eólica e solar.
O secretário de Estado da Mineração, Petróleo e Energias renováveis, Luis Coelho, será ouvido em plenário durante o grande expediente da sessão desta quarta-feira (2) vai falar sobre vários assuntos ligados ao tema. A iniciativa partiu dos deputados João de Deus e Liziê Coelho.
Em pauta, o potencial do Piauí na extração de minérios, como as jazidas de níquel, ferro e ouro, e pedras preciosas, com destaque para o diamante e a opala; a produção de petróleo e gás na bacia do rio Parnaíba; os investimentos já realizados pelo Governo do Estado para viabilizar a produção de energias e os resultados que começam a ser colhidos em vários municípios piauienses.
Luis Coelho comemora o que chama de “revolução”, que vai acontecer nos próximos anos, com a implantação de novos parques eólicos e os primeiros painéis solares, para produzir de mais energia, suficiente para abastecer todo o Piauí e parte do Nordeste.
“O Piauí produz atualmente mais energia do que consome, cerca de 750 megawatt, com os parques do Norte, que fornece parte da energia que abastece a região de Piripiri, e da região do Araripe, responsável por fornecer parte da energia para abastecer a região de Picos. O restante da energia produzida hoje é vendida para outros estados”, explicou Luis Coelho.
O Piauí possui hoje 15 parque eólicos, com capacidade de produção (em potência instalada) de 750 megawatts para atender a uma população de 4 milhões de habitantes. Os parques eólicos empregam cerca de 3 mil trabalhadores nos municípios.
Somados aos parques em construção ou sendo concluídos serão 42 parques eólicos, o Piauí vai produzir, muito em breve, 1,1 de gigawatt de energia.
Luis Coelho lembra que só o Grupo Votorantim está implantando no Sul do Piauí o maior parque eólico já instalado no estado, com 300 turbinas ou aerogeradores, espalhados em propriedades rurais nos municípios de Curral Novo, Betânia do Piauí e Paulistana. O parque tem capacidade de produção de 628 megawatts de energia, o que equivale à três Boa Esperança, hidroelétrica instalada em Guadalupe. A Votoratim investe R$ 3,3 bilhões no empreendimento.
Outro projeto em fase de implantação prevê a montagem de um megaparque eólico, na Serra da Ibiapaba, na fronteira com o Ceará, compreendendo a região de Assunção do Piauí, Buriti dos Montes e São Miguel do Tapuio, que deverá produzir 4,4 gigawatts (4 mil megawatts) de energia. Ou seja, vai multiplicar por quatro tudo que já foi implantado por aqui em relação a energia eólica.
Luis Coelho diz que existem pelo menos três projetos relacionados ao ICMS da energia limpa tramitando no Congresso para beneficiar os estados produtores. “O assunto interessa não só o Piauí, mas todos os estados produtores de energia, principalmente nas regiões Norte e Nordeste”, acrescenta o secretário.
O Brasil possui 350 parques de energia eólica no país com uma produção é responsável pelo atendimento de 5% do mercado brasileiro, o que corresponde a uma população de 10 milhões de brasileiros.
Sol
Já o parque solar de Ribeira do Piauí prevê investimentos de mais de R$ 10 bilhões – já que são necessários R$ 5 milhões de investimentos para produzir 1 megawatt de energia solar. Quando ficar pronto, o parque de Ribeira do Piauí vai produzir 210 megawatts de energia fotovoltaica.