Na sessão do Senado que decidiu a procedência da denuncia contra a presidente da República afastada Dilma Rousseff, os votos dos três senadores Piauienses Ciro Nogueira (PP), Elmano Férrer (PTB) e Regina Sousa (PT) foram dentro do esperado. Mas o fato que chamou a atenção foi que os senadores Ciro Nogueira e Élmano Férrer, não discursaram, apenas registraram o voto. Nogueira votou pela procedência da denúncia já que está seguindo a posição do seu partido, que participa gestão Temer. Já Férrer, votou contra o a continuidade, como tinha anunciado anteriormente, mas Elmano continua com sua indicação no Governo Federal.
A senadora Regina Sousa não só votou contra a procedência do processo de impeachment de Dilma Rousseff como fez discursos forte sobre o processo que ela classificou de trama “já estavam determinados a impedi-la”, afirmou a senadora. Além de falar que não houve ilicito cometido pela pressidente afastada. Ela denunciou que o processo conta Dilma Rousseff é uma trama para salvar o governo Temer e o mandato de Educardo Cunha.
“Está provado que a presidenta Dilma não cometeu crime algum”, disse a senadora Regina Sousa durante a sessão do Senado que decidiu pela procedência das acusações contra a presidente afastada Dilma Roussef. “O que está se consolidando aqui é uma grande injustiça, percebida pelo mundo inteiro. Não há nenhuma comprovação de que os atos foram praticados de má-fé com a intenção de obter proveito ilícito próprio”, destacou a senadora.
Para a parlamentar piauiense, é preciso deixar claro que afastar uma presidente honesta, eleita democraticamente é um golpe na democracia brasileira. “A pergunta que a população brasileira vai fazer agora, é: Qual é o crime da Presidenta Dilma? Onde está o dolo? Muita gente ainda acha que ela está sofrendo esse processo por corrupção. E não é, meu povo brasileiro”, destacou.
Regina Sousa voltou a atacar a forma que o relatório foi produzido na Comissão Especial do Senado, pelo senador tucano Antonio Anastasia. Segundo a senadora, o PSDB deveria ter tido a decência de indicar uma pessoa que fosse neutra, ou que passasse uma impressão de imparcialidade. “Quando questionamos a escolha do relator, não era desconhecendo o direitos do PSDB em indica-lo, esperávamos um gesto deste partido reconhecendo que não há um só que nos seus quadros do Senado, que pelos menos pareça imparcial. Era preciso encontrar alguém, como o senador Raimundo Lira presidente da Comissão Especial, que passa para a população a confiança da imparcialidade”, observou .
A senadora disse ainda que a celeridade do processo se dá por que o governo interino teme o vazamento das delações que comprometem tanto Michel Temer quanto seus ministros. “Eles temem as delações que começaram a vazar, principalmente da Odebrecht, envolvendo o próprio Michel Temer e dois dos seus mais poderosos ministros, Serra e Padilha. Uma vez presidente efetivo, Temer não sofreria investigação”.
Ela apontou que todo este rito do processo tem um objetivo: é a tentativa de salvar o mandato do deputado Eduardo Cunha, “também por medo de que ele abra a boca. Não sendo julgado antes da presidenta Dilma, Cunha tem chance de não ser julgado mais este semestre”.
A parlamentar citou, ao fim do seu discurso, uma frase do chileno Salvador Allende: “não basta que todos sejam iguais perante a lei, é necessário que a lei seja igual perante todos”. “A lei não está sendo igual para Dilma, por isso o meu voto é não.”, finalizou