A agricultora Rosilene Alves Lima, 56 anos, do Projeto de Assentamento Fazenda Lagoa, em São Raimundo Nonato, no Piauí, mostra que é possível conviver com os efeitos da seca, produzindo e gerando renda. O município está localizado a 520 km da capital piauiense, no território Serra da Capivara.
No quintal produtivo de dona Rosilene Alves ela cultiva alface, coentro, cebolinha, tomate, uva, goiaba, batata doce e outras frutas e verduras. Além do plantio, ela também cria galinha caipira e suínos.
Para o próprio consumo e para obter uma renda mensal de R$ 1 mil ela não usa agrotóxico. “Nós recebemos capacitação para cuidar da preservação do solo; o crescimento das plantas é obtido através do uso de adubo orgânico à base de esterco e cobertura morta”, relatou dona Rosilene.
A falta d’água numa das regiões mais quentes do Piauí não foi suficiente para impedir a forte produção. Com o dinheiro que obteve na comercialização dos produtos, ela conseguiu perfurar um poço tubular no valor de R$ 9 mil. A água é armazenada em uma cisterna de enxurrada construída pela Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA) e usada através de um kit de irrigação doado pela Companhia dos Vales dos Rios São Francisco e Parnaíba (Codevasf).
O técnico em agropecuária do Incra no Piauí, Aderson Júnior, explicou como acontece o sucesso desse modelo de produção. “As cisternas de enxurradas são construídas com placas de cimento, armazenam água da chuva, que será utilizada em sistemas de produção, principalmente no entorno da casa como é o caso do quintal produtivo da dona Rosilene”, disse.
Aderson garante que o incentivo aos quintais produtivos garante a preservação do solo, melhora a segurança alimentar e nutricional, além de gerar renda para as famílias. “Esse projeto é um grande benefício para a agricultura familiar durante o período de estiagem”, declarou Aderson.
