O Censo Agropecuário 2017, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que a principal despesa dos produtores piauienses é com agrotóxicos. Os gastos superam até o pagamento de salários dos funcionários e aquisição de adubos. Em 2017, os agropecuários desembolsaram R$ 396.274 com agrotóxicos, o que representa 13,77% do total gasto por ano.
As despesas mais que dobraram em relação a 2006, quando o censo daquela época mostrou que os agrotóxicos ocupavam a sétima posição dentre os custos dos produtores piauienses, somando 6,72% do total.
“Os agrotóxicos são necessários para a produção em alta escala e, mesmo nas pequenas áreas, é natural produzir hortaliças com uso de fertilizantes e defensivos agrícolas”, explica o coordenador operacional do Censo Agropecuário 2017 do IBGE no Piauí, Pedro Andrade.
Após os agrotóxicos, os produtores do estado gastam mais com adubos e corretivos (R$ 385.932), sal, ração e outros suplementos (R$ 373.197) e salários pagos (R$ 348.982).
Veja os dados:
Em 2006, os salários foram apontados como o maior gasto, representando cerca de 16% do total de despesas. “Uma das razões para a queda da participação dos salários no total das despesas está relacionada a uma redução de postos de trabalho na produção agropecuária entre os dois censos, da ordem de 161 mil no Piauí”, aponta o coordenador.
Segundo ele, a queda dos gastos com salários no Piauí vai na contramão dos resultados obtidos no Brasil, que apontam os salários como a maior despesa do produtor, representando 14,71% do total investido. Enquanto isso, os agrotóxicos aparecem na quarta posição dentre os custos dos produtores no país, correspondendo a 9,91% do valor total.
Hérlon Moraes