PI: com estradas intrafegáveis, produtores não têm como escoar produção

As chuvas intensas animam os produtores do cerrado piauiense, mas um grave problema se traduz em prejuízo na colheita: as estradas de piçarra estão destruídas e impossibilitam o trânsito dos caminhões.

O presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), Altair Fianco, afirma que o prejuízo ainda não pode ser calculado, mas aumenta a cada dia. “O governo não recuperou as estradas de piçarra na época certa, que era no tempo seco. Agora estamos no pico da colheita e há inúmeros trechos críticos por onde o caminhão não passa. Isso compromete muito o escoamento da produção”, explicou.

Fianco acrescenta que da semana passada até hoje as chuvas estão mais intensas e praticamente contínuas. “Tem municípios, como Santa Filomena e Currais, onde os produtores não estão conseguindo tirar a produção porque os caminhões não transitam. Dessa forma, pelo tempo que passa sem escoar, o produto perde qualidade, perde volume e gera um prejuízo muito grande”, reforça.

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Na tarde de ontem, um vídeo do diretor excutivo da Aprosoja, Rafael Maschio, denunciou a péssima ituação da Transcerrados (PI-397) e da PI-392 (que liga as cidades de Bom Jesus a Barra Grande do Ribeiro). Segundo ele, a safra de grãos já ultrapassa 3 milhões e 500 mil  toneladas.

“No cerrado do Piauí há muitos trechos de intrafegabilidade, pontos de atoleiro onde caminhões de carga que transportam a produção agrícola só passam a reboque de trator. Transportadores de grãos não querem atuar na região devido as condições precárias da rodovia. Os custos de frete são muito elevados e em alguns casos extremos até inviabilizam o escoamento da produção agrícola dos cerrados. O que conseguimos colher não sai das fazendas, pois não entra caminhão porque não tem estrada”, disse Rafael Maschio.

Através do vídeo, o produtor denunciou o problema da energia que também compromete a safra. “Os produtores todos colhendo a soja, precisando de óleo diesel para secar a soja porque no Sul do Piauí não tem energia…o caminhão que traz óleo pra nós não sobe a serra porque não tem estrada”, complementa Maschio.

Diante disso, os produtores pedem medidas imediatas (intervenção emergencial), especialmente em três trechos:

1. Segundo e Terceiro trechos da PI-397 (Transcerrado), extensão de aproximadamente 220 km, sendo 30 km de pontos de “atoleiros” (intrafegáveis) já levantados pelo DER-PI;
2. Extremos Leste e Oeste da PI-392, com aproximadamente 50 km cada (total de 100 km). Leste: Currais-PI ao entroncamento da PI-397 (Transcerrado), via Serra da Laranjeira (Bunge Laranjeira). Oeste: Baixa Grande do Ribeiro-PI à Bunge Serra Grande, via Serra Grande;
3. Rodovia Vicinal da Serra da Fortaleza, com aproximadamente 110 km de extensão, ligando Santa Filomena-PI à margem do Rio Parnaíba (Tasso Fragoso-MA).

Nesta terça-feira (26), a Federação da Agricultura e Pecuária do Piauí cobrou ao Governo do Estado a execução das obras nas estradas que teria fonte nos empréstimos junto à Caixa Econômica Federal.

Por meio de nota, a Secretaria do Estado de Transportes (Setrans) informou que os serviços PI-397 correspondem a segunda etapa da obra que já está licitada, mas aguarda recursos. Sobre os outros trechos da rodovia estadual, de responsabilidade do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), não houve resposta.

*Colaborou Graciane Sousa

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