O papa Francisco defendeu a indissolubilidade do casamento, condenou o divórcio e reiterou que, para a Igreja, a família é composta por um homem e uma mulher ao inaugurar o sínodo de bispos, neste domingo, no Vaticano.
Diante de 400 cardeais e bispos de todo o mundo – 107 europeus, 64 americanos, 54 africanos, 36 asiáticos e nove da Oceania – o pontífice reconheceu, em homilia durante missa solene na basílica de São Pedro, que a Igreja deve defender os valores tradicionais em um “contexto social e matrimonial bastante difícil”.
Um dos principais conflitos que os bispos enfrentarão gira em torno dos divorciados que voltam a se casar. Para a Igreja, o casamento é indissolúvel e não reconhece o divórcio civil – razão pela qual não permite que católicos divorciados que voltam a se casar recebam a comunhão.
Uma petição lançada há vários dias na página Change.org, a pedido de vinte teólogos de todo o mundo, solicita ao papa e ao sínodo que autorize a comunhão aos divorciados que voltam a se casar. A petição já superou as dez mil assinaturas.
Após a missa de inauguração, Francisco presidiu a reza do Ângelus dominical e, desde a janela do Apartamento Apostólico, pediu que “não sejamos a sociedade-fortaleza, mas a sociedade-família, capaz de acolher, com regras adequadas”, os que sofrem ou fogem da guerra.
A XIV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo de Bispos terminará em 25 de outubro e também terá a participação de 24 especialistas, 51 auditores, 14 delegados fraternos (os de outras religiões) 18 casais, e pais e mães de família que exporão suas experiências cotidianas.
A cada semana os debates se desenvolverão sob um argumento específico: “Escutar os desafios da família”, “O discernimento das vocação familiar” e “A missão da família de hoje em dia”.
Por outro lado, os chamados Círculos Menores, os grupos dos participantes divididos por idiomas, elaborarão um documento de resumo de cada tema com os quais se redigirá um texto final de conclusões que será submetido a votação em 24 de outubro.
Tudo é para oferecer conselho nesta matéria ao pontífice, que poderá redigir um documento pós-sinodal ou se inspirar diretamente nas conclusões para governar sua Igreja e promover medidas.
(Com agência EFE