Ocupação de UTIs para Covid-19 no Piauí chega a 31%, revela Sesapi

Na falta de testes para se ter um cenário real da quantidade de infectados, um dos termômetros para se ter uma noção do avanço do novo coronavírus no Piauí é a ocupação de leitos hospitalares. Um relatório da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) mostra que a situação é tranquila, ainda que o número de pacientes internados cresça de forma gradual a cada dia.

A situação que chama mais a atenção é a de leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), necessários para pacientes em situação mais delicada. No dia 17 de abril, eram 33 leitos de UTI ocupados do total disponível. Na segunda-feira (27), já eram 56 pacientes – 31,1% da ocupação dos 180 leitos existentes no Piauí.

Em pelo menos dois hospitais, as UTIs para Covid-19 estavam lotadas até a noite de segunda-feira: Natan Portella (antigo HDIC), em Teresina, com 7 leitos, e Tibério Nunes, em Floriano, com 4 leitos.

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Depois do HDIC, a unidade de saúde pública da capital com maior ocupação de UTIs é o Hospital Universitário – 5 de 9 vagas, seguido pelo Hospital de Urgência de Teresina (HUT) – 10 de 26 vagas.

Somando a rede privada, Teresina tem 45 pacientes internados em UTIs voltadas para Covid-19, enquanto outras 97 vagas estão livres. A ocupação é de 31,7% na capital.

Ocupação de UTIs no interior

A ocupação de UTIs de Covid-19 no interior do Piauí é menor que na capital – 28,9%. Porém, o número de leitos para atender a demanda fora de Teresina é bem menor: são 38 no total, sendo que 11 deles estão ocupados e 27 livres.

Em São Raimundo Nonato, há apenas um paciente em UTI, de um total de 10 leitos. O município registra 19 casos confirmados.

O Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA), em Parnaíba, tem metade da sua UTI ocupada – 4 de 8 leitos. A cidade tem 19 casos confirmados, mas também recebe pacientes de outros municípios.

Ainda há um paciente internado na UTI do hospital Chagas Rodrigues, em Piripiri (8 vagas) e outro no Justino Luz, em Picos (3 vagas).

Reforço no sistema

O sistema de saúde do Piauí tem capacidade hoje para receber mais pacientes com Covid-19, em contraponto ao que ocorre em cidades como o Rio de Janeiro (RJ), onde há fila de espera por vaga em UTI.

A medida de isolamento social é apontada por especialistas como uma das principais ações para conter o avanço do novo coronavírus, em especial por possibilitar o reforço do sistema de saúde antes do crescimento do número de casos. Com comércio e escolas fechados, o poder público ganha tempo para ampliar o número de leitos e tentar evitar o colapso.

No caso do Piauí, o reforço será feito com a inauguração de três hospitais de campanha em Teresina, com leitos clínicos e de estabilização, até o início de maio – dois erguidos pela Prefeitura e um pelo Governo do Estado.

Sobre UTIs, o Ministério da Saúde habilitou, neste mês, 30 leitos para hospitais no estado – 10 em Teresina, 10 em Picos e 10 em Oeiras. O Governo Federal garantiu o pagamento dos leitos por três meses, prazo que pode ser prorrogado.

Fábio Lima

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