Niède diz que está “exausta” e Museu da Natureza é última missão no Piauí

A arqueóloga Niède Guidon afirmou que a inauguração do Museu da Natureza na próxima semana é a realização de muitos sonhos de sua vida e também a sua última missão no Estado do Piauí. Em entrevista, a pesquisadora fez um desabafo sobre a exaustão do trabalho e garante que após a abertura do espaço retornará para a França. Mesmo aposentada, Niède, hoje com 86 anos, não abandona seus projetos e com a saúde debilitada, ela afirma que não há mais possibilidades de continuar vivendo no Piauí.

“A minha última função aqui é o Museu da Natureza. É a realização de muitos sonhos porque a vida é isso. Temos coleções muito importantes de fósseis e é isso que a gente queria mostrar ao público. Tudo o que foi feito nesses anos de pesquisa.  Não há mais motivos para permanecer. É natural, eu tenho 86 anos e atualmente eu tenho problemas de saúde. Até para ir a São Paulo é difícil, a viagem é horrível. É difícil ficar aqui, mas a Fundação continua e temos membros aqui para continuar o trabalho”, afirmou a pesquisadora.

A arqueóloga faz questão de ressaltar o cansaço com o trabalho e demonstra profunda insatisfação ao falar sobre a demora para a execução de projetos como este no Estado. “Para falar a realidade eu estou exausta com tanto trabalho, mas isso era necessário. A gente conseguiu uma coisa muito difícil porque foi um projeto que demorou muito para poder começar a ser feito por conta de burocracia, mas finalmente conseguimos”, completou.

O museu

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A nova atração será aberta ao público a partir de quarta-feira (19). Com a ajuda de fósseis e simuladores de realidade virtual. O espaço vai mostrar, em 12 salas, a história da formação geológica dessa área, com chapadas e sítios arqueológicos.

As salas estão divididas em “Início da Matéria”,  “Tectônica de Placas”, “Água”,  “Suco de Dinossauros”,  “Gelo Infinito”,  “A Primeira Transformação”,  “Desfile Animal”,  “Animais  Pintados”, “Caatinga”,  “Voo Livre”,  “Animais Noturnos” e “A Próxima Mudança”.

A exposição busca também explicar as mudanças climáticas que afetaram o planeta ao longo do tempo. O museu ocupa um espaço de 1.700 metros quadrados em um prédio com formato circular, desenhado pela arquiteta Elizabete Buco. 

O museu está localizado nas redondezas do parque nacional, em Coronel José Dias. Ele funcionará de quarta a segunda, das 13h às 19h, com entrada inteira a R$ 30. Mais informações no site da fundação (fumdham.org.br).

Rayldo Pereira 

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