O técnico Dunga acredita que a era dos grandes craques do futebol brasileiro acabou. Em entrevista à da revista “Isto É 2016”, ele abordou este assunto e admitiu que faltam jogadores com poder decisão no país.
“O Brasil era acostumado a ter três ou quatro jogadores de referência, isso acabou. Temos um vácuo na geração de 23 a 28 anos. No Brasil, eles eram fantásticos, mas na Europa não vingaram por diversos motivos, inclusive porque ficam muito tempo no banco de reservas. Não temos jogadores de ponta, que decidem, habituados a ser a marca dos seus times”, afirmou ao jornalista Rodrigo Cardoso.
O treinador voltou a atacar as críticas que recebe por suas convocações. “Isso me incomoda, mas vou fazer o que? Não adianta ficar brigando contra quem não vai mudar. Eu trouxe o Douglas Costa para a seleção e fui criticado. Daí vem o Bayern de Munique do Guardiola e compra o jogador. Agora já dizem que o Douglas Costa é bom para caramba. Quer dizer que quando eu convoco, o jogador é ruim? Quando o Guardiola pede a contratação, ele vira craque”.
Ele explicou que espera ter 15 dias de preparação com o elenco que convocará para disputar os Jogos do Rio-2016, cinco a mais do que teve na campanha do bronze conquistado em Pequim-2008. Dunga acredita que estará em jogo o resgate da dignidade do futebol brasileiro, após o vexame da Copa do mundo em casa. “Plantar o pânico, falar em fantasma, tudo isso vende, rende notícia. O cara que for jogar na Olimpíada-2016 precisa encarar da seguinte forma: Ele tem uma grande oportunidade de encerrar com este assunto”, opinou o treinador.
Dunga voltou a exaltar o bronze que conquistou, apesar de contar com Ronaldinho Gaúcho muito próximo de sua melhor forma física e técnica. “Em Pequim-2008, tive somente dez dias de preparação, sendo que dois foram perdidos viajando. Mesmo assim ganhamos o bronze e os caras dizem que não foi um resultado bom. A lição dessa minha primeira experiência como treinador de uma seleção olímpica é que precisamos de tempo para preparar a equipe e definir logo os três jogadores acima de 23 anos que vão aos Jogos do Rio”.
A íntegra da entrevista você poderá ler na edição 11 da revista, que tem na capa a atleta paraolímpica Terezinha Guilhermina, e estará nas bancas e livrarias a partir deste sábado, 26.
Fonte: Blog do Daniel Brito