O ministro da Saúde, Marcelo Castro (PMDB), perdeu a oportunidade de se dedicar somente, de forma técnica, ao tema do zika vírus, quando anunciava que as pesquisas para criação de uma vacina imunizatória iriam ter início ainda nesse primeiro semestre.
Na oportunidade, ele aproveitou para fazer uma brincadeira, que foi considerada infeliz, envolvendo o vírus.
“Não vamos dar vacina para 200 milhões de brasileiros. Mas para pessoas em período fértil. E vamos torcer para que mulheres antes de entrar no período fértil peguem a zika, para elas ficarem imunizadas pelo próprio mosquito. Aí não precisa da vacina”.
Não teve graça. O ministro não está naquelas reuniões da bancada federal do Piauí, que ocorrem em Brasília, em que há muita piada e pouca produtividade. Está se pronunciando para a nação.
O fato repercutiu mal em respeitados meios de comunicação pelo país, entre eles, Veja, Estadão, além de muitos outros, e deverá ser lembrado por um bom tempo.
O vírus é associado a mais de 3.500 casos de microcelafia em bebês no Brasil.
Marcelo Castro reforçou o que já havia dito, em menos de dois anos é impossível criar a vacina.
COMENTARISTA DE VEJA CHAMA MARCELO CASTRO DE “ARRANJO POLÍTICO”
Em um dos seus comentários, Reinado Azevedo, do site de Veja, criticou, claro, as declarações infelizes do ministro Marcelo Castro.
“Dizer o quê? É isto mesmo: o ministro nos convida a torcer para que crianças do sexo feminino peguem logo o zika. Assim, diz ele, ficam imunes e não precisam tomar a vacina”, ironizou.
“(…) o sujeito é médico e titular da Saúde. Isso da conta, sim, da qualidade de boa parte do governo Dilma. Todo mundo sabe que Castro, que é do PMDB, não está lá porque tem um perfil técnico que o habilite a exercer o cargo. Trata-se apenas de um arranjo político, de mais um”, tascou.
