Hoje em Teresina e em diversas cidades do Piauí o clima amanheceu nublado. O que se ouviu muito foi o termo “está bonito pra chover”, algo que somente o nordestino entende como bênção para a lavoura. E nos municípios turísticos, a paisagem possibilitou vistas espetaculares, como em Pedro II, a 190 km da capital. Entretanto, a meteorologia não é muito otimista com o desejo do sertanejo na previsão do tempo para os próximos meses. A culpa: o fenômeno El Niño.
A meteorologista da Semar – Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos-, Sônia Feitosa, explica que a previsão é de chuvas em todo o Piauí, uma característica comum para o início do ano. “Há uma tendência de chuvas em pontos isolados do Norte e Sudoeste com chuvas fortes de hoje pra amanhã. No Sul está chovendo acima da média em muitos municípios e em vários já superou muito”, descreve, lembrando que a quantidade de chuvas não é muito animadora para quem depende da água para o plantio.
Para a capital, a meteorologista avalia que o mês de janeiro teve chuvas abaixo da média, que era de cerca de 213 ml e até agora foi registrado cerca de 124ml. E isso deve persistir tanto em Teresina como no restante do Piauí. “Para os próximos meses [em todo o Estado] prevalece a previsão de chuvas abaixo da media, mas é possível que em um mês chova mais um pouco, um fato isolado, pois a previsão é de menos chuva”, destaca.
Em Pedro II, conhecida como a Suíça piauiense devido o clima ameno, o morro do Gritador amanheceu coberto de nuvens, uma paisagem há algum tempo não vista. Na região, a previsão é de tempo claro a parcialmente nublado com chuva e trovoadas isoladas. Já no litoral, a previsão é de tempo nublado a parcialmente nublado com chuva. “Em Pedro II, mesmo com as chuvas, a previsão é que a temperatura seja mais alta”, frisa.
Sônia explica que os principais motivos da mudança no clima nesta época do ano no Piauí é o El Niño, que tem causado transformações climáticas em todo o país. Trata-se de um fenômeno climático, de caráter atmosférico-oceânico, em que ocorre o aquecimento fora do normal das águas superficiais e sub-superficiais do Oceano Pacífico Equatorial.
Diego Iglesias