Ações de combate ao zika vírus foram discutidas, nessa terça-feira (8), em reunião com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto. A governadora em exercício, Margarete Coelho, e o secretário de Estado de Saúde, Francisco Costa, participaram do debate, onde foi anunciado o Plano Nacional de Enfrentamento da Microcefalia, juntamente com o ministro da Saúde, Marcelo Castro, e demais chefes do executivo dos estados.
O Plano é resultado da criação do Grupo Estratégico Interministerial de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional e Internacional (GEI-ESPII), que envolve 19 órgãos e entidades. Dividido em três eixos de ação: Mobilização e Combate ao Mosquito; Atendimento às Pessoas; e Desenvolvimento Tecnológico, Educação e Pesquisa. O Plano reúne medidas emergenciais que serão colocadas em prática para intensificar as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti.
Margarete Coelho destacou a importância das ações preventivas, por meio do movimento nacional, que em parceria com estados e municípios envolve diferentes ministérios e órgãos do Governo Federal para conter novos casos de microcefalia relacionados ao zika vírus. “Traçar metas e ações no sentido de prevenir a existência do mosquito e acima de tudo acompanhar as famílias que já tem crianças com microcefalia. O Piauí está combatendo o mosquito no estágio de larva e também como inseto. Cada uma desses estágios do mosquito exige ações diferentes. Há uma mobilização em todos os municípios, as instituições, no sentido de combater o mosquito em si”, disse a governadora.
Segundo Margarete, o Piauí vai compor o Comitê Gestor com todos os estados para se manter em comunicação com o Governo Federal. “É um estado de incertezas e insegurança muito grande que requer toda uma mobilização do exército, do Estado, de todos os poderes a fim de que essa epidemia seja enfrentada. Sabemos que, no Piauí, por conta da questão do abastecimento d’água, várias pessoas precisam acumular água em casa em bacias e potes, isso é comum, então nós precisamos que essa água seja acumulada de uma forma adequada, segura, fornecendo as tampas para aqueles recipientes, construindo cisternas na modalidade de cisternas urbanas, pois já temos as rurais. Além disso, fornecer o inseticida e, acima de tudo, acompanhar as gestantes com todas as medidas preventivas possíveis para que elas não sejam contaminadas”, ressaltou a governadora.
Até o dia 6 de dezembro, o Piauí notificou 36 casos suspeitos de microcefalia associados ao zika vírus e um óbito de recém-nascido sendo investigado. Os municípios de Barras, José de Freitas, Teresina, Cocal, Castelo do Piauí, São João da Serra, Ribeiro Gonçalves, Nossa Senhora dos Remédios, Piripiri, Betânia, São João dos Patos, Nazária e Campo Maior são os municípios com gestantes infectadas com o vírus.
Após o registro dos casos, a Secretaria da Saúde criou o Comitê de Operações Emergenciais em Saúde Pública no Piauí – Microcefalia, que já definiu o fluxograma de atendimentos aos casos suspeitos, além de implantar o Centro de Referência de Microcefalia, que funciona no Instituto de Perinatologia Social do Piauí da Maternidade Dona Evangelina Rosa (MDER).
Mobilização Nacional
O combate ao mosquito Aedes aegypti é fundamental para o controle do surto de microcefalia que está ocorrendo no país. Para a execução das ações do Plano Nacional de Enfrentamento à Microcefalia, será instalada a Sala Nacional de Coordenação Interagências, que funcionará no Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), no Ministério da Integração Nacional. Também serão instaladas salas estaduais, que contarão com a presença de representantes do Ministério da Saúde, Secretarias de Saúde, Educação, Segurança Pública (PM e Bombeiros), Assistência Social, Defesa Civil e Forças Armadas.
Para reforçar a orientação à população sobre o combate ao mosquito nas residências, serão realizadas mobilizações com agentes comunitários de saúde, agentes de combate à endemias, além da participação da população. Para esse controle do vetor, o Governo Federal vai adquirir e disponibilizar equipamentos para aplicação de inseticidas e larvicidas e garantir a compra dos insumos.
As Forças Armadas e a Defesa Civil vão dar apoio logístico para transporte e distribuição de inseticidas e de profissionais de saúde. Os dois órgãos também vão atuar em visitas a residências para eliminação e controle do vetor, além de mobilizações de prevenção como mutirões.
O Programa Saúde na Escola vai envolver professores, alunos e familiares no combate ao mosquito. Universidades públicas e privadas e institutos federais serão incentivados a participar das atividades de prevenção e eliminação do vetor. Também serão realizadas ações de mobilização entre os profissionais e usuários dos Centros de Referência de Assistência Social, da Rede de Segurança Alimentar e beneficiários do Bolsa Família.
Ao mesmo tempo, está prevista a capacitação de profissionais das áreas de saúde, educação, assistência social, defesa civil e militar, além de profissionais de reabilitação e os especializados em resposta epidemiológica e equipes de saúde da família. Serão habilitados, ainda, profissionais de saúde das maternidades para triagem auditiva neonatal e dos 27 Laboratórios Centrais de Saúde Pública Estaduais para realização de exame para identificação do zika vírus.
Fonte: GP1