Se a relação do PMDB com o PT em âmbito nacional acabou por conta do impeachment da presidente Dilma Rousseff, no Piauí a história deve ter outro final. As legendas já ensaiam uma reaproximação que pode culminar com o PMDB participando do governo Wellington Dias no próximo ano. Quem garante é o presidente estadual do partido, deputado federal Marcelo Castro. O parlamentar disse ao Cidadeverde.com que o sentimento de união ao petista é quase que unânime.
“Toda vida nós fomos muito próximos do Wellington Dias aqui no Piauí. Nós votamos nele em 2002, em 2006, mesmo com o Mão Santa candidato, votamos para senador em 2010 e só em 2014 que divergimos, que tivemos candidato próprio. Mas a gente sente que há um sentimento no partido de união com Wellington Dias e esse sentimento se fortalece cada vez mais”, disse o presidente do partido.
Segundo Marcelo Castro, o fato de ter sido ministro da saúde do governo Dilma aproxima as duas siglas no Estado. “Eu recentemente fui ministro da presidente Dilma e essas coisas aproximam mais a gente. A ideia é que as coisas aconteçam nesse rumo ai (participar do governo)”, afirmou.
O deputado ressaltou que não houve ainda uma reunião formal sobre o assunto e muito menos discussão de cargos, mas há intenções de ambos os lados. “Formalmente não discutimos, mas há alguns contatos, declarações de intenções e o governador dá um tratamento pra gente do PMDB de correligionário”, destacou.
Apoio de 100% ao decreto de calamidade
Marcelo Castro é um dos integrantes da bancada federal do Piauí que vai comprar a briga dos estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste com o governo federal. Os governadores querem uma ajuda emergencial de R$ 7 bilhões para enfrentar a crise financeira. “O governo federal fez uma renegociação da dívida com os estados brasileiros, uma coisa justa e necessária para poder dar um fôlego financeiro aos estados, só que esta negociação foi muito injusta para com os menores, que tinham uma dívida pequena”, afirmou, ressaltando que só os grandes estados foram beneficiados.
“Então, uma coisa que era pra ajudar o Brasil, terminou ajudando só os estados mais ricos da federação. O grosso da dívida, mais de 90%, está concentrado nos grandes estados brasileiros. Os estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste – que não receberam beneficio bem longe dos grandes estados – estão querendo uma compensação. Achamos justo a luta junto ao governo. Ficou muito desigual. São Paulo foi beneficiado, Minas Gerais foi beneficiado, Rio de Janeiro super beneficiado e o Piauí – que tinha uma dívida pequena – praticamente não foi beneficiado. É correto e nós parlamentares estamos apoiando 100% a reivindicação”, disse.
Para o deputado, a situação não pode ficar como está e pede que o governo se sensibilize. “Na situação como está não pode ficar, o governo federal tem que se sensibilizar. A renegociação da dívida ficou em R$ 50 bilhões, os estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste estão pedindo R$ 7 bilhões. 90% desses R$ 50 bilhões foram para poucos estados. Os números falam por si só”, finalizou.
Hérlon Moraes