O Piauí está entre os maiores produtores de energia limpa do Brasil, ocupando o quinto lugar entre os maiores produtores de energia eólica do país. Da mesma forma que o estado produz energia, gera também empregos em diversas áreas e oportunidades de melhoria de vida para os piauienses. Os bons ventos da região nordeste, considerados constantes e estáveis, têm contribuído para o excelente desempenho: o Piauí produz 1638,10 megawatts (MW) de energia eólica.
Para que toda essa produção de energia seja possível, milhares de trabalhadores que atuam tanto nos parques eólicos quanto nas fábricas que fornecem equipamentos são responsáveis por movimentar o setor produtivo, gerando um crescimento da economia nos municípios onde as empresas estão instaladas, com a Nordex/Acciona.
Inaugurada em 2018, a fábrica de torres eólicas Nordex/Acciona está instalada no município de Lagoa do Barro, a 540 km de Teresina, fabrica torres de concreto e fornece equipamentos para serem usados nos parques eólicos no Piauí. Mais de 400 empregos foram gerados com a instalação da empresa na região. Para a empresa Atlantic, proprietária da estrutura do Complexo Eólico Lagoa do Barro, já fabricaram 65 torres, que possui oito parques e potência instalada de 195 MW (megawatts), distribuídos em uma área de 2.854 hectares.
A prosperidade da energia eólica no estado vem mudando a vida de Bruno Amorim, morador do município de Queimada Nova, cidade vizinha a Lagoa do Barro, que hoje é assistente de qualidade na fábrica. Ele conta que antes só havia trabalhado na informalidade e foi a primeira oportunidade de trabalhar com carteira assinada. “Esse projeto eólico aqui na região foi minha primeira oportunidade de trabalhar de carteira assinada. Estou gostando bastante de trabalhar aqui, aprendendo coisas novas, que eu não aprenderia, pois geralmente na cidade prevalecem os empregos informais. Daqui para frente, espero terminar esse projeto e continuar em outros”, ressalta Bruno.
A Nordex/Acciona está instalada há mais de um ano na cidade de Lagoa do Barro e, além de produzir equipamentos para a empresa Atlantic, fabrica insumos também para os demais parques do estado, que não precisarão importar as torres de 120m que sustentam as hélices e o aerogerador.
O coordenador de torres José Maria Melo explica os projetos realizados pela fábrica e empregos gerados. “Iniciamos o projeto produzindo torres de concreto para a Atlantic e logo após o encerramento desse projeto iniciamos a nova etapa, que é a Lagoa dos Ventos, outro projeto bem audacioso, chegando a quatro vezes mais do que já foi produzido no primeiro projeto, com mais de 409 pessoas efetivadas e a perspectiva da empresa é fazer mais contratações e chegarmos a um patamar de 450 pessoas ligadas ao processo fabril de torres de concreto. A previsão é de que esse projeto seja instalado daqui a um ano meio”, diz Melo.
Atualmente, a fábrica está produzindo mais 230 torres para o Complexo Eólico Lagoa dos Ventos, que está sendo construída pela Enel Green Power Brasil (EGP) nos municípios de Lagoa do Barro, Queimada Nova e Dom Inocêncio.
Lagoa dos Ventos, que deve entrar em operação em 2021, é o maior parque eólico atualmente em construção na América do Sul e o maior parque eólico da EGP no mundo. Quando estiver em plena operação, será capaz de gerar mais de 3,3 TWh por ano, evitando a emissão de mais de 1,6 milhão de toneladas de CO2 na atmosfera.
José Maria ressalta que a região no Piauí é propícia para a produção de energia eólica. “A região tem uma planície muito característica, onde recebe muitos ventos, com velocidade de 9 a 12 km. Então, após estudos realizados, foi visto viabilidade na região, e assim foi possível a instalação dos parques, o que gera uma demanda de mercado produtor de equipamentos para suprir as necessidades dos mesmos”, diz o coordenador.
Empregos e desenvolvimento social
“Os projetos de energia eólica no Piauí não só geram inovação no setor e proporcionam oportunidades de trabalho, embora isso seja de grande importância, pois os moradores da região são priorizados onde as fábricas estão instaladas, mas vai para, além disso: vem trazendo dignidade para o povo piauiense, que enxerga a perspectiva de mudança de vida”, destaca o governador Wellington Dias.
Hélio de Sá, encarregado de reparos, também é uma das pessoas beneficiadas pela geração de emprego que esses grandes empreendimentos levaram à região. “Estou trabalhando aqui há mais ou menos um ano e seis meses. Entrei como pedreiro e agora sou encarregado de reparos. Temos o privilégio de trabalhar em nossa cidade, a qual a empresa trouxe uma estrutura financeira, oportunidades de emprego e abriu horizontes para que a gente possa melhorar financeiramente e oferecer um conforto para os nossos familiares”, destaca o trabalhador.
Para ele, se não tivesse tido essa oportunidade, ainda estaria trabalhando informalmente e recebendo diárias. “Antes, trabalhávamos por diária, conseguíamos trabalhar um dia, às vezes dois na semana, hoje estamos estruturados e temos um salário mensal. Se não tivéssemos uma empresa como temos hoje, que por meio dela muitas outras vieram, acredito que nossa realidade continuaria da mesma maneira: sem estabilidade financeira, as pessoas desempregadas, buscando trabalhar em outros estados, longe de seus familiares, gerando renda para outros estados ao invés de estar gerando renda para o seu município e estado. Então, só tenho a agradecer mesmo e que mais oportunidades venham para nossa região. Ainda temos um projeto que será ampliado e continuaremos trabalhando”, destaca Hélio.
A técnica em enfermagem Leila Rocha viu no crescimento do setor na região uma oportunidade de trabalho e estabilidade financeira. “Desde que me formei, trabalhei aqui mesmo na região e quando fiquei sabendo que esse projeto viria para cá, participei da seleção e deu certo. Já estou trabalhando aqui há um ano e cinco meses e posso dizer que é diferente por conta estabilidade, nos sentimos seguros e tenho uma perspectiva melhor, além de vários benefícios”, conta a profissional de saúde.
Howzembergson de Brito, secretário da Mineração, Petróleo e Energias Renováveis do Piauí, afirma que as empresas trouxeram investimentos para o estado, mas não só isso, trouxeram ainda desenvolvimento social. “A chegada dessas empresas no Piauí é de suma importância, porque traz investimentos, agrega valor e desenvolve as regiões. Principalmente na fase de instalação, dependendo do projeto, gera até 600 empregos diretos. Portanto, esses projetos são bem-vindos dentro do desenvolvimento equilibrado e sustentável, olhando não só para o setor econômico, mas também para o setor social desse desenvolvimento”, diz o gestor.