Com inquéritos em andamento em seis estados brasileiros, a operação Lava Jato deve desembarcar no Piauí e outras seis unidades da federação em 2017, segundo informações apuradas pelo jornal O Estado de São Paulo, em reportagem publicada neste sábado (31). O motivo são informações de pagamentos suspeitos envolvendo o projeto dos Tabuleiros Litorâneos, em Parnaíba.
A expectativa de pessoas envolvidas na operação é de que o número de investigações dobre no novo ano em relação as 17 operações e 20 denúncias feitas em 2016, por conta da delação da construtora Odebrecht.
O Piauí entra na história em documentos da empresa apreendidos na operação Ommertá, 35ª fase da Lava Jato. Foram encontrados e-mails de pedidos de pagamento via o Setor de Operações Estruturadas, o departamento de propina da Odebrecht, que envolvem 38 projetos em 10 estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Paraná, Ceará, Espírito Santo e Piauí.
Os projetos, segundo o jornal, são de obras como estádios da Copa do Mundo e o metrô de São Paulo. No Piauí, o projeto que poderá levar a desdobramentos da Lava Jato é o do perímetro irrigado Tabuleiros Litorâneos.
As novas informações podem levar os investigadores a prorrogarem os trabalhos da Lava Jato por mais dois anos – já são quase três anos de operação.
Investigadores e advogados ouvidos pelo jornal acreditam que as informações devem gerar inquéritos nos locais onde as obras foram realizadas, o que levaria ao nascimento de forças-tarefas em outros estados, nos moldes das que já atual no Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro.
Em março, a Lava Jato desembarcou no Piauí na 26ª fase da operação, batizada de Xepa. Um empresário foi ouvido pela Polícia Federal e depois liberado.
(Reprodução/O Estado de São Paulo)
Tabuleiros Litorâneos (foto: Thiago Amaral)
Fábio Lima (com informações do Estadão)