Sanraimundense se sente discriminado em agência da Caixa após ser obrigado a entrar descalço

Mais uma vez, a Caixa Econômica Federal é alvo de denúncias a respeito dos Direitos Humanos. Desta vez, um piauiense, natural de São Raimundo Nonato, alega ter sido destratado na agência do Centro da cidade de Uberlândia (MG), por voltas das 14h30 da última segunda-feira (11/03). Na ocasião, Cloves Ferreira Nogueira Neto, entregador de botijão de gás, foi obrigado a entrar descalço para ser atendido após a porta giratória.

Dois vídeos foram postados no Facebook da vítima e mostra o momento em que ela está descalça dentro do banco. Quando a gerência percebeu que Cloves fazia as gravações, acionou os seguranças e o cliente foi expulso à base de truculência do local, sem reagir. O fato de o piauiense estar usando uma bota de borracha com a ponta metálica serviu como justificativa para retirar os sapatos.

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O par de sapatos de Cloves é diferenciado porque o protege de acidentes que podem ser provocados pela profissão. Ele usou o horário do almoço para ir ao banco resolver os problemas e usava o fardamento da empresa onde trabalha. Assim como milhões de brasileiros, dá para entender muito bem que um trabalhador não tem condições de tirar um dia de folga para se dirigir todo engomadinho a uma agência bancária.

“Se o problema era só a minha bota, por que eles não a pegaram, sacudiram para ver se havia alguma arma dentro? Eles só olharam para a minha cara e disseram que eu ia entrar descalço. Isso é sacanagem, cara. Isso não se faz com um cidadão”, desabafou o entregador em entrevista, na manhã desta terça-feira (12/03). A pergunta que não cala é: como um trabalhador se transformou em risco ao banco com uma bota de borracha com um bico de ferro?

Preconceito? No caso do piauiense, Cloves acredita que foi discriminado, sobretudo por conta das roupas que vestia, mas ainda tem dúvida quanto ao que teria realmente motivado o mau atendimento na agência da Caixa de Uberlândia. “Isso é ordem do pessoal lá de dentro. Acho que olharam para a minha cara e imaginaram: ‘Esse aí é um bandido’. Eu sempre fui a essa mesma agência, usando o mesmo calçado e sempre entrei”, relembrou-se.

REGISTROU BO

Cloves mora há três anos em Uberlândia e é cliente da Caixa há mais de um. No Facebook, a publicação do piauiense recebe muita interação de amigos próximos, contendo apenas 10 compartilhamentos. Nas postagens, ele deixou clara a indignação. Ao OitoMeia, também foi ressaltado que não está interessado em indenização, mas que quer ser tratado como qualquer cidadão trabalhador. Um boletim de ocorrência (BO) contra o banco foi registrado logo após o fato.

A reportagem contatou a agência em questão e a mesma ainda não se pronunciou, alegando que o gerente responsável estava abrindo o prédio à entrada dos clientes. A pessoa que atendeu o repórter ainda questionou o motivo de um site de notícias piauiense investigar a humilhação denunciada por Cloves Ferreira Nogueira Neto.

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