Haddad é ‘Plano B’ do PT e sairá com Lula pelo Brasil

Na mesma reunião em que o PT decidiu lançar o ex-presidente Lula como candidato do partido nas eleições deste ano, a cúpula petista praticamente escolheu o nome que será o “Plano B” para a disputa da Presidência da República: é o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. A decisão tem em conta a avaliação de que as chances de Lula ser efetivamente candidato são mínimas, daí a necessidade de uma alternativa que seja apresentada ao Brasil pelo próprio ex-presidente.

O PT vai manter Lula candidato até quando possível. Esse “possível”, numa avaliação preliminar, seria meados de setembro, quando o TSE decidiria pela inelegibilidade do petista diante da condenação em segunda instância. Há o risco de detenção antes mesmo da fase de convenções (entre 20 de julho e 5 de agosto), mas o partido prefere não pensar nisso: Lula será aclamado candidato na convenção do partido.

A primeira alternativa da cúpula do PT como “Plano B” era o ex-governador baiano Jaques Vagner. Mas dois fatores fazem a escolha decantar por Fernando Haddad. O primeiro, a ideia de renovação: ele fez ontem 55 anos (e recebeu como presente a indicação para ser o tal Plano B), 11 anos menos que Vagner. O segundo, os problemas judiciais de Vagner. A avaliação é que ele tem mais problemas a enfrentar que o próprio Haddad.

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Nos últimos dias, nas reuniões em torno de Lula em São Paulo, o próprio Vagner insistiu na preferência  por disputar o Senador pela Bahia. A razão é a mais comum para esses tempos de Brasil investigado: quer um mandato, inclusive, para se proteger das garras da Justiça.

A preferência inicial por Jaques Vagner levava em conta sua liderança na Bahia, a presença no Nordeste (a região que dá mais apoio a Lula) e a capacidade de dialogar inclusive com setores do grande empresariado. O senão de Haddad é a avaliação negativa que deixou ao sair da prefeitura de São Paulo. Mas tem a vantagem de ser conhecido no principal eleitorado do país. Além disso, Lula tem um carinho especial por seu ex-ministro da Educação

Lula vai carregar Haddad pelo Brasil

A condenação de Lula em segunda instância era esperada e a inelegibilidade do ex-presidente estava no cálculo do PT. Daí, o planejamento do partido incluía o lançamento da candidatura Lula na sequencia do julgamento no TRF4. A próxima fase é sair pelo Brasil. Com o “Plano B” a tiracolo.

Essa mesma estratégia seria utilizada, caso a alternativa escolhida fosse Jaques Vagner. Nos próximos meses, Lula sairá carregando Fernando Haddad no ombro e apresentando-o como um grande quadro do partido, a renovação que o Brasil tanto cobra. Mais que isso, será apresentado como o herdeiro do legado lulista.

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