Guia de Turismo da Serra da Capivara responde a reportagem de Colunista da Folha de São Paulo

O guia de turismo do Parque Nacional Serra da Capivara, Leandro Landim procurou a reportagem para rebater uma reportagem publicada originalmente pelo Colunista Fábio Zanini da Folha de São Paulo, aonde ele fala sobre a possível necessidade de mais Guias e Investimentos ao Parque Nacional, que é comandado pela ICMIbio.

Reportagem Publicada por Fábio Zanini causou mal estar entre Guias e representantes do Parque.
Reportagem Publicada por Fábio Zanini causou mal estar entre Guias e representantes do Parque.

CONFIRA A NOTA NA ÍNTEGRA:

RESPOSTA A “UM ANÔNIMO” MORADOR

O legado de 50 anos de trabalho da renomada pesquisadora Dra. Niède Guidon na Serra da Capivara está sob grave ameaça. Durante décadas, Dra. Niède lutou pela inclusão das comunidades locais no desenvolvimento regional, garantindo que os próprios moradores fossem os protagonistas da preservação e do turismo sustentável. Seu esforço resultou na formação e qualificação de guias, técnicos em arqueologia, entre outros profissionais, tornando-os capacitados e essenciais para a experiência dos visitantes no Parque Nacional.

Agora, temos “UM ANÔNIMO” que de certo tempo pra cá, vem apontando e difamando o trabalho dos guias, nos apontando e espalhando que nós guias/condutores não queremos que seja aberto edital para inclusão de novos profissionais da área e pior, fala que cobramos preços acima do normal. O que não é verdade. Nosso trabalho é cobrado de acordo com os trabalhos prestados e profissionais formados que somos.

Nunca colocamos preços em nenhum serviço de pousada, hotel, táxi entre outros. Pelo contrário a gente indica os demais profissionais e estabelecimentos que envolvem o setor de turismo da nossa região. Sem apontar e nem difamar nenhum dos serviços.

Alega ainda que nosso serviço é alto para os moradores locais, sendo que temos a mais de dez anos projetos de trabalho voluntário de guiamento para os moradores locais, em diferentes datas do ano. Pelo que podemos perceber é que iniciou uma campanha difamatória contra os prestadores de serviço, pressionando o órgão ambiental e tentando manipular a opinião pública para transformar esses profissionais em “vilões” do turismo.

Essa tática não é novidade. O que estamos presenciando é um clássico caso de exploração e tentativa de dominação econômica, algo que já aconteceu em outros lugares: “UM ANÔNIMO” chega, impõe suas regras, desqualifica o trabalho da comunidade, precariza as condições de trabalho e transforma os moradores em mão de obra barata para o seu próprio empreendimento. Como se não bastasse, se apropria falsamente da identidade local, se autointitulando “morador” da região, numa clara tentativa de dar legitimidade ao seu discurso.

Se essa investida for bem-sucedida, o risco de retrocesso é gigantesco. O modelo de inclusão criado pela Dra. Niède Guidon pode ser desmontado, e a comunidade, que hoje vive e prospera com o turismo sustentável, pode voltar à marginalização econômica. Não podemos permitir que interesses privados e oportunistas destruam meio século de luta e conquistas. A sociedade precisa se mobilizar para proteger esse patrimônio cultural e humano, antes que seja tarde demais.

Por Leandro Landim

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