O Governo do Estado vai ao mercado atrás de reforço do caixa, com a contratação de novos empréstimos. A intenção imediata é recorrer aos bancos privados para formalizar empréstimo que ronde os R$ 400 milhões. Mas outras alternativas também estão sendo tabuladas pela equipe do governo, incluindo um novo empréstimo junto ao Banco Mundial, que pode chegar a 1,2 bilhão de dólares – cerca de R$ 5 bilhões.
A prioridade é um empréstimo com os bancos privados, que seria utilizado para manter as contas do governo em dia. Desde o ano passado o governo estadual vem recorrendo à antecipação de receitas para cobrir gastos ordinários. Mas esse recurso tem limites. É aí onde entra a possibilidade do empréstimo de R$ 400 milhões, um reforço imediato para as combalidas finanças piauienses.
O Estado já negocia com Bradesco e Safra, inicialmente visando a securitização da dívida. Mas não está descartada a possibilidade de um empréstimo direto, com as regras do mercado, incluindo taxas de juro maiores que as transações com instituições públicas. Para o governo, a vantagem é a possibilidade do dinheiro entrar mais rapidamente nos cofres estaduais. Isso é fundamental em um Estado cujas finanças pedem urgência.
Os termos dessas operações ainda estão em andamento. Mas um deputado da base governista com trânsito direto no Karnak afirma que os termos da operação devem ser encaminhados à Assembleia até meados de junho. A intenção é que a autorização para o empréstimo possa ser aprovada antes do recesso do meio do ano.
Bando Mundial: R$ 5 bi, mas só pra depois
Se para o curto prazo o governo olha para um empréstimo com bancos privados, para desembolso nos próximos anos o foco é no Banco Mundial. Seriam R$ 5 bilhões (1,2 bi de dólares). Ocorre que um empréstimo desse tipo precisa de trâmite especial, com autorização no Senado – através da Comissão e Assuntos Econômicos – e avalização do governo federal, no Banco Central e Tesouro Nacional.
Essas garantias exigem análise minuciosa e não se materializa de uma hora para outra. Ninguém no governo acredita que seja dinheiro para este ano. O mais provável é que, na melhor das hipóteses, só se concretize no segundo semestre de 2020. Os cálculos dentro do governo é que esse dinheiro seria a tábua de salvação para os dois anos finais do atual mandato de Wellington Dias.