A residência do prefeito de Uruçuí, Dr. Wagner Pires, foi alvo da operação “Cerrados” que acontece hoje (20) em investigação sobre desvio de recursos do município. Segundo o coordenador do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), Cláudio Soeiro, o desvio de recursos ultrapassa R$ 1 milhão.
O Cidadeverde.com conversou com o prefeito Dr. Wagner que confirmou que foi cumprido mandado de busca e apreensão em sua residência.
“Arrombaram minha casa, invadiram e não acharam nada. Estou buscando meus advogados para a gente adotar as providências”, disse o prefeito.
Cláudio Soeiro disse que além da casa do prefeito foram alvos da operação empresários e familiares do prefeito.
“A prefeitura contratava uma empresa, realizava o pagamento e fazia o sobrepreço com valores acima do mercado e eram beneficiados empresários e familiares. O prejuízo é de mais de R$ 1 milhão”, disse o promotor que dará coletiva hoje, às 12h, na sede do Gaeco.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público (MPPI), deflagrou nesta segunda-feira (20) a “Operação Cerrados”. Ao todo, estão sendo cumpridos 12 mandados de busca e apreensão no município de Uruçuí, Teresina, Timon (MA) e Balsas (MA).
A investigação visa apurar a prática dos crimes de desvios de recursos públicos, organização criminosa, lavagem de dinheiro, fraude à licitação, peculato, corrupção ativa e corrupção passiva, cometidos através de contratos firmados entre empresas de fachada e a prefeitura de Uruçuí (a 450 km de Teresina).
Entre os alvos da operação, estão políticos e seus familiares, servidores públicos, empresas com atuação no Município e seus sócios-proprietários.
Os trabalhos também contam com a participação da Polícia Civil, Polícia Militar, Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI) e Ministério Público do Maranhão.
“Até o momento, a investigação aponta a existência de uma associação criminosa visando o desvio de recursos públicos do Município de Uruçuí, o qual era executado com o direcionamento de licitações à determinada empresa utilizada pela organização criminosa, seguido de sua contratação com sobrepreço pelo gestor municipal. Após o pagamento da empresa, parte do recurso público era remetido, diretamente ou por meio de pessoas interpostas, para as contas bancárias dos empresários, políticos e seus familiares, bem como de empresas ligadas a eles”, informou o Gaeco, através de nota.
Participaram diretamente da execução da operação Promotores de Justiça do Estado do Piauí, Delegados e Agentes da Polícia Civil, equipes da Polícia Militar, servidores do Ministério Público Estadual e auditores do TCE-PI, em ação integrada com o GAECO do MPMA.
Nataniel Lima e Yala Sena