O senador Ciro Nogueira afirmou ao blog na tarde desta quarta-feira (05/08) que ficou sabendo pela imprensa sobre a dita intenção de Wellington Dias em romper com o Progressistas, que até então integra a base aliada do governador petista.
“Estou sabendo disso por vocês [da imprensa]”, disse o congressista.
A decisão teria sido comunicada por Dias a líderes partidários da ala governista, em encontro na residência oficial.
Mais cedo, em entrevista à TV, o governador já falou em tom de despedida sobre a relação com Ciro e o Progressistas. Defendeu o direito dos partidos de traçarem suas estratégias – que inclui candidatura própria do partido de Ciro ao governo do Piauí em 2022 – e expressou “gratidão por tudo que trabalhamos juntos”.
Contudo, o governador ainda não se pronunciou oficialmente sobre o rompimento.
Na último encontro entre os dois, ocorrido no início desta semana e com a presença do senador Marcelo Castro (MDB), os políticos discutiram a relação num diálogo, nas palavras de Ciro, “em alto nível”. O senador admitiu que as próximas duas eleições representam um entrave na união política.
“Eu acho que nós temos alguns problemas no futuro, como a questão da eleição municipal, a minha aproximação com o presidente Bolsonaro. O governador deve ter um candidato a presidente no futuro, mas o que é mais importante, é que de forma nenhuma eu e o governador vamos deixar que isso venha a atrapalhar qualquer pleito do nosso estado do Piauí”, relata Ciro.
Idas e vindas
A relação de Wellington e Ciro começou a estremecer ainda em 2016, quando PT e PP protagonizaram sérios embates nas eleições municipais. O senador ressentiu-se com a interferência do governador em muitos palanques, prejudicando os planos da “onda azul” de Ciro em algumas cidades.
Foram dois anos de especulação sobre rompimento dos líderes, até que na eleição de 2018 a aliança se fortaleceu e saiu vitoriosa com a reeleição de Wellington no Karnak e de Ciro no Senado.
Próxima parada: 2022
E desde então o senador tem expressado seu interesse de lançar em 2022 candidatura própria do Progressistas ao governo do Estado. Uma empreitada que, sempre repetiu, seria concretizada com ou sem o apoio de Wellington. Tanto que no interior seu partido tem feito uma corrida intensa na filiação de lideranças e prefeitos, para consolidar sua base.
O rompimento iminente indica consequências para o governo também na Assembleia Legislativa, onde o Progressistas tem uma das maiores bancadas. E também na composição do governo, que será redesenhada se Wellington decidir pedir os cargos hoje indicados por Ciro e seus aliados.