O vice-presidente executivo de recursos humanos da companhia aérea Air France, Xavier Broseta, precisou ser retirado por seguranças de uma reunião com representantes dos funcionários nesta segunda-feira (5) na seda da empresa em Roissy-en-France, na região metropolitana de Paris. Broseta explicava os planos de corte de despesas da companhia, quando a reunião foi invadida por trabalhadores.
A Air France pretende cortar 2,9 mil postos de trabalho até 2017 e reduzir em 14 o número de aeronaves em voos de longo alcance em um esforço para reduzir custos, segundo fontes sindicais ouvidas pela Reuters e pela EFE. As medidas incluiriam ainda acabar com cinco rotas e reduzir 37 percursos deficitários.
A companhia já havia indicado na quinta-feira a intenção de suprimir rotas, adiar a compra de aviões e realizar demissões, depois que os pilotos se negaram a aceitar um aumento das horas de voo com o mesmo salário.
Caso isso seja confirmado, será a primeira vez que a Air France-KLM procederá a demissões, decisão que seria adotada com a aprovação do governo francês, que possui 17,6% das ações da companhia.
O ministro da Economia, Emmanuel Macron, culpou os sindicatos de pilotos pelo fracasso das negociações, o que segundo sua opinião obrigou a Air France-KLM a “adotar medidas mais duras” em termos de emprego.
O ministro considerou “imprescindível” que a companhia passe por reformas para melhorar sua competitividade diante da crescente concorrência e com o objetivo de “seguir como líder mundial do setor”.
“A porta da negociação não está fechada”, disse Macron, que declarou que após a apresentação do novo plano da direção na próxima segunda-feira espera “propostas concretas” dos sindicatos, “em particular dos pilotos”.
O presidente da companhia aérea afirmou à emissora “Europe 1” que as demissões forçadas só serão feitas “em último caso”, caso a cota de demissões voluntárias seja muito baixa.