O governador Wellington Dias (PT), candidato à reeleição, garantiu nesta quinta-feira (27) que o Piauí, apesar da crise nacional, não está quebrado. Segundo ele, um Estado quebrado não toma empréstimo sem avalista em nenhuma instituição financeira. O petista, que participou da série “Fala Candidato”, no Jornal do Piauí, também fez questão de frisar que o Executivo não vai atrasar o salário dos servidores.
“Primeiro, não vai atrasar salário. Segundo, alguém quebrado pode tomar empréstimos sem avalista? Não. O Piauí pode. Nós tomamos empréstimo com uma empresa séria como a Caixa sem aval da União e podemos tomar outros com outras instituições. Tem dificuldade? Tem”, disse o governador.
Wellington afirmou que há situações de atrasos pontuais de pagamento a fornecedores e lembrou que o Estado vem sofrendo com a queda nos repasses federais. “O Brasil voltou para trás 8,3% no PIB. Éramos a sétima, oitava economia e caímos para nono ou décima. No mês de julho normalmente cai a receita, a média do FPE é R$ 400 milhões. Geralmente cai para R$ 300 milhões, cerca de 25%. Ele caiu R$ 176 milhões. Agora fizeram retenção no Fundeb”, declarou.
De acordo com o governador, o Piauí está de pé por conta de decisões suas como manter o pagamento da tabela e os serviços funcionando. “Temos hoje mil obras em todo o estado, entre calçamento, rodovias, isso no momento de crise. São poucos que fazem isso, por isso não estamos quebrados”, afirmou.
Oposição
Em parte da entrevista, o governador respondeu às críticas de adversários. Ele negou que sua administração tenha 69 secretarias e defendeu as nomeações dos deputados aliados para assumir cargos no governo.
“O Estado tem 21 secretarias. Estamos entre os dez estados com menos secretarias. No caso das coordenadorias, eram diretorias que demos autonomia. Sobre os suplentes, eu valorizo a área técnica, mas eu também valorizo a política. Existem pessoas com capacidade técnica. No caso dos suplentes, foram 2 a mais que a gente tinha normalmente”, explicou.
Wellington Dias também fez críticas à oposição e lembrou das operações realizadas pela polícia e Ministério Público quase que quinzenalmente em pastas do governo. Segundo ele, o MP está sendo usado politicamente.
“Meus opositores estão dizendo que vai ter uma operação na saúde. Disseram que ia ter na Semar e teve, não é estranho? Pessoas lá dentro da assembléia dizendo isso. Estão usando a credibilidade do MP. No caso da última operação, precisava prender? O Estado negou alguma informação? Não. Então, qual o motivo do espetáculo? Eu acho que é uso político”, disse, citando o senador Ciro Nogueira, que teve o nome novamente envolvido em operação realizada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (27).
“A dez dias da eleição? Eu acho esquisito. Pode ser uma coincidência, mas será? O senador Ciro apanhou que só, mas lá na frente foi arquivado. Agora vem outra. Será que requerendo a informação, ele não daria?”, finalizou.
Com o governador, A TV Cidade Verde encerrou a série de entrevistas exibida no Jornal do Piauí com todos os candidatos ao governo do Piauí.
Hérlon Moraes