Documentário dirigido por jovens de São Raimundo-PI recebe menção honrosa em premiação nacional de obras audiovisuais

 No dia 20 de novembro de 2021, uma dupla de jovens são-raimundenses, Edmar Mota e Dudu Santos, recebeu a menção honrosa no Prêmio Mariza Corrêa pelo filme que realizaram: “História de Lugares que só existem na memória”.  A premiação é anualmente promovida pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UNICAMP durante as “Jornadas de Antropologia John Monteiro” realizada neste ano de 2021, virtualmente, entre os dias 16 a 19 de novembro.  O Prêmio Mariza Corrêa é uma parceria com a PROA – Revista de Antropologia e Arte – e busca estimular e reconhecer as produções fotográficas e audiovisuais em diálogo com a antropologia.

O filme premiado, de autoria dos jovens antropólogos/cineastas Edmar Mota e Dudu Santos, foi rodado na pequena comunidade São José, zona rural da cidade de São Raimundo Nonato, sudeste do estado do Piauí, e realizado com a colaboração dos/as moradores, filhos/as, netos/as, dos antigos proprietários de casas abandonadas da comunidade.

O documentário, em formato de média metragem, tem roteiro de Edmar Mota, que divide a direção com Marcos Santos (Dudu Santos). Ambos são jovens são-raimundenses alunos do curso de Antropologia da Universidade Federal do Vale do São Francisco, campus Serra da Capivara.  Edmar disse que: “O curso de Antropologia, situado na cidade de São Raimundo Nonato, tem influenciado, fortemente, nas novas maneiras que estudantes, como nós, olham e percebem os aspectos dos seus cotidianos. A partir de uma atividade promovida pelo curso, uma Oficina de Realização de Filmes Etnográficos, decidimos produzir este filme na comunidade onde viveu e vive parte de nossa família”.

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Histórias de lugares que só existem na memória” narra histórias e memórias de moradores de São José a partir de casas da comunidade que foram abandonadas e deterioradas pela ação do tempo. Os diretores explicam que quem passa e vê estas casas, muito comuns nas zonas rurais do semiárido piauiense, não sabe quem morou, nem que histórias foram vividas ali, mas Edmar e Dudu, no filme, mostram como lugares físicos são permeados de significados. Através da linguagem etnográfica, o documentário faz uma viagem por esse universo, real, existente e tão presente ainda na vida das pessoas que viveram os mais diversos momentos nesses lares.

O filme mistura narrativas, cenários e sons para contar as histórias vividas no interior de São Raimundo Nonato a partir de quatro casas, três delas reais, que aparecem nas imagens rodadas em São José, e uma fictícia, que aparece em formato de som, na história “A Casa de Héstia”, contada pela viola de 10 cordas de Rainer Miranda Brito, violeiro e professor da Univasf, cujas músicas fazem parte da trilha sonora que compõe o documentário

Os jovens são-raimundenses Dudu e Edmar não esperavam que seu primeiro documentário fosse premiado quando o inscreveram em uma mostra nacional. Mas contam que a obra, como a premiação evidencia, foi muito bem recebida nas Jornadas de Antropologia John Monteiro e convidam todas e todos a assistir tanto o debate sobre “Histórias de lugares que só existem na memória” onde Edmar Mota falou sobre o filme (https://youtu.be/FbFxMOzfGtk), quanto o próprio documentário, disponível, até o próximo dia 28 de novembro, pelo link: https://jornadasjmonteiro.wixsite.com/jornadas2021/historias-de-lugares

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