O Piauí confirmou nesta terça-feira (25) a 19ª morte por dengue no estado. Apesar do aumento no número de óbitos, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) ressalta que a quantidade de casos prováveis da doença vem caindo desde março.
“A gente observa, analisando os dados semana a semana, como está se comportando a dengue ao longo do ano, que o pico de casos ocorreu na semana epidemiológica número 11, com 905 casos, na segunda semana de março. Desde a semana número 12, a terceira semana de março, os casos vêm reduzindo significativamente,” destacou o supervisor de Entomologia da Sesapi, Ocimar Alencar.
Segundo a Sesapi, a notificação do óbito é de uma mulher de 33 anos, natural de José de Freitas, mas registrada no município de Linhares, no estado do Espírito Santo, onde a vítima estava internada. A morte ocorreu no dia 4 de abril, porém, a causa do falecimento só foi confirmada agora.
Ocimar Alencar reforça que, mesmo com a diminuição dos casos prováveis da doença, os moradores não podem deixar de combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti.
“A gente pode respirar um pouco aliviado, mas nunca baixar a guarda em relação ao mosquito. Nós só temos óbitos se temos pessoas infectadas, e só temos pessoas infectadas se existe o mosquito. O mosquito da dengue se prolifera se favorecido o processo de reprodução dele, e mais de 80% dos criadouros do Aedes aegypti estão no ambiente intra ou peridomiciliar,” ressaltou Ocimar Alencar.
Ainda de acordo com o Painel Temático da Dengue no Piauí, o estado possui sete óbitos em investigação e, dos 12.839 casos prováveis, 55,1% são pacientes mulheres e 44,9% homens.
A doença tem atingido principalmente pessoas entre 20 e 29 anos, seguidas por aquelas entre 30 e 39 anos.
Mortes confirmadas:
Bom Jesus: 7
Teresina: 3
Baixa Grande do Ribeiro: 2
Esperantina: 2
João Costa: 1
Manoel Emídio: 1
Floriano: 1
Jerumenha: 1
José de Freitas: 1
Cuidado com os criadouros do mosquito!
Dentro de casa ou em locais públicos, é preciso ter cuidado com locais que acumulam água parada, que podem estar servindo de criadouro para os mosquitos. Esgotos com água parada, matos nas calçadas próximos de casa e lixos acumulados são grandes vilões no combate à doença.
Os ovos do mosquito Aedes aegypti são extremamente resistentes e podem sobreviver por até 300 a 400 dias em um recipiente, mesmo sem entrar em contato com a água.
Atente-se aos vasos de plantas:
Coloque areia até a borda dos pratinhos para evitar o acúmulo de água. Alternativamente, lave-os uma vez por semana com sabão e escova.
Livre-se de objetos que acumulam água:
Dê o destino correto para latas, garrafas, potes, pneus e qualquer outro tipo de objeto que possa servir como criadouro, optando pela reciclagem sempre que possível.
Armazene garrafas corretamente:
Se você deseja guardar garrafas e outros objetos que podem acumular água, armazene-os tampados ou com a boca para baixo.
Evite a contaminação de calhas e caixas d’água:
Mantenha as calhas desobstruídas e livres de folhas e galhos, enquanto a caixa d’água deve estar sempre bem tampada.
Higienize recipientes que armazenam água:
Tanques, barris e tonéis utilizados para armazenar água da chuva, por exemplo, devem ficar tampados e ser higienizados semanalmente com escova e sabão. Piscinas devem ser tratadas com cloro.
Tenha cuidado com o lixo:
Amarre bem as sacolas e deposite-as em lixeiras fora do alcance de animais. Não jogue lixo em terrenos baldios.
Utilize proteção individual:
Além das medidas coletivas, como o uso de repelentes, inseticidas, instalação de mosquiteiros e telas em portas e janelas, prefira roupas de mangas compridas.
Atenção aos sintomas da doença
A infecção por dengue pode ser assintomática ou apresentar um quadro leve em alguns casos. É importante estar atento aos sinais, pois a doença pode evoluir rapidamente.
Os principais sintomas da dengue incluem febre, dor no corpo e nas articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça, manchas vermelhas no corpo, dor abdominal intensa, vômitos, letargia ou irritabilidade.
Caso algum sintoma da doença seja identificado, é recomendável procurar uma unidade de saúde para realizar os procedimentos necessários. O médico irá avaliar os sinais a partir de uma consulta com o paciente e seguirá o protocolo oficial, que pode incluir exames laboratoriais.
Para casos leves, repouso durante a febre, hidratação (ingestão de líquidos), administração de paracetamol ou dipirona para dor ou febre são recomendados, mas evite o uso de ácido acetilsalicílico. Na maioria dos casos, há recuperação espontânea após cerca de 10 dias.
É crucial retornar imediatamente ao serviço de saúde ao apresentar sinais de alarme, como dor abdominal intensa e contínua, náuseas, vômitos persistentes e sangramento de mucosas. Nestes casos, a internação pode ser necessária para um manejo clínico adequado.