Durante uma festa, em um momento de diversão, um desconhecido oferece bebida a uma mulher. Ao ingerir, ela “apaga” e só descobre depois, por meio das redes sociais, que foi violentada. Esse enredo fictício foi a abordagem utilizada pelo Governo do Estado para o lançamento da Campanha de prevenção ao estupro, denominada de “Acorda, Cinderela”, nesta terça-feira (22), no Palácio de Karnak.
Apesar de ser um vídeo publicitário, foi baseado em apurações da polícia através do observatório de violência de gênero em que a maioria dos estupros coletivos praticados no Piauí, a vítima está desacordada pela ingestão de bebidas alcóolicas ou de substâncias psicotrópicas para que a mulher adormeça.
A vice-governadora Margarete Coelho, partícipe atuante da elaboração da campanha junto à Coordenadoria de Comunicação do Estado e Secretaria de Estado da Segurança, revelou que o projeto é uma informação visual que acontece, via de regra, no Estado, com os casos de estupros coletivos. “Nossa proposta é alertar as mulheres para que saiam, se divirtam, bebam se gostarem de beber, mas cuidem do seu copo. Verifiquem sempre a origem da bebida que ela está consumindo; não receba bebidas de pessoas que não conheçam e nunca perca de vista seu copo para que não sejam vítimas dessa violência absurda que são os estupros coletivos”, pontua.
Segundo a delegada titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam- Sul) e coordenadora do Núcleo de Feminicídio, Anamelka Cadena, a campanha é importante por servir de alerta e informação de como é a prática do crime. “A campanha é importante não só no sentido de informar sobre essas substâncias que são ministradas. Lamentavelmente vemos observando que, em alguns casos, as vítimas estão desacordadas na prática dessa violência sexual, portanto é necessário que se fique alerta com relação às bebidas que são ministradas durante os eventos.
Na ocasião, foi apresentado o Vazow, desenvolvido pela Secretaria de Segurança, um aplicativo de tecnologia pedagógica, que serve para orientar qualquer pessoa que tenha sua foto, vídeos, imagens íntimas veiculadas sem sua autorização que se une à campanha.
“O que tem se percebido é que com a violação da dignidade sexual, há a violação da honra, da imagem das pessoas através da utilização de fotos e vídeos não autorizados, ou seja, além de estuprarem , os agressores querem mostrar que estão estuprando; e o Vazow vem junto com essa campanha justamente para que a gente possa orientar as pessoas, no que pertine a preservação da prova. Não se trata de um aplicativo de denúncia, mas um instrumento que traz informações a respeito das formas de se preservar as provas e de ensinar a tirar as imagens das redes sociais” explicou a diretora de Gestão Interna da Secretaria da Segurança Pública do Piauí, delegada Eugênia Villa.