O deputado federal Átila Lira (PSB) tirou das costas da oposição, o peso da aprovação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) na Câmara Federal. Segundo ele, o governo não tem direito de criticar seus opositores, já que a ala decisiva na votação foi justamente a dos aliados da petista.
“A oposição só tem na Câmara 167 votos e o resultado foi de 367, ou seja, quem derrotou a presidente Dilma foram seus aliados que já estavam insatisfeitos com o governo como um todo, que não respondia as questões do país”, declarou durante entrevista ao Jornal do Piauí nesta quarta-feira (20).
Átila ressaltou que, além da questão fiscal, o governo vem demonstrando esgotamento em sua capacidade de dialogar com o Congresso Nacional, além do próprio PT.
“Há um contexto no país de mudança completa, de esgotamento do governo e do próprio Partido dos Trabalhadores, que já está aí tem 14 anos. A economia está parada e o papel do governo é fundamental em liderar essa recuperação da economia. Como não estava conseguindo nenhuma ação positiva no sentido de reestabelecer que a economia se recuperasse, isso tudo enfraquece o governo. A Dilma é diferente do Lula. Ela tem dificuldades enormes de relacionamento com o Congresso”, analisa o parlamentar.
De acordo com o deputado, o processo de mudança de presidente da forma que está se encaminhando é traumático para o país. “É um processo traumático para toda a população mudar um presidente da República nestas circunstâncias. É uma mudança que está ocorrendo no Brasil. Elegemos Lula em 2002, houve um ciclo de prosperidade, já no final do 2º governo da presidente Dilma existe estagnação econômica, desemprego”, avalia.
Temer fará governo de coalizão
O processo de impeachment nem passou pelo Senado ainda, mas o deputado já arrisca como seria um eventual governo Michel Temer (PMDB). Para Átila, o peemedebista deverá formar uma administração de coalizão.
“Será um governo de coalizão. Essa mudança em si já estabelece uma nova realidade, uma esperança. Já vai criar um clima de confiança para novos investimentos e uma paz política nesse Congresso e o PSB vai participar. Creio que a situação do impeachment é irreversível”, arrematou o socialista.
Hérlon Moraes