No final de semana, a Associação Piauiense dos Municípios (APPM) realizou uma pesquisa com os prefeitos do Piauí para ouvir a opinião deles com relação as medidas de isolamento social. Por telefone, 92% dos gestores defenderam que seja mantida a política de isolamento social.
“A APPM fez um levantamento com os prefeitos no sábado e domingo e no 92% dos entrevistados defendem manter o distanciamento social. Mesmo sabendo que corremos o risco de fecharmos os nossos comércios, empresas, com reflexos direito nos municípios, com pedido de ajuda da população, mesmo assim, a maioria defendem a proteção da vida. Tem gente que defende um lado e outros que defende outro, os prefeitos defendem a vida”, afirmou.
O presidente da APPM, prefeito Jonas Moura, afirma que o resultado da pesquisa mostra que mesmo diante da crise econômica, os prefeitos estão priorizando a vida. Na manhã de hoje, os gestores se reunirm com o comitê formado pelo governador Wellington Dias (PT), pelos secretários de Saúde e Fazenda e por técnicos da Secretaria de Saúde. O governador anunciou a prorogação do decreto de calamidade pública.
“Por mais que saibamos que vamos sair arranhados lá na frente, mas há uma possibilidade de se recompor. Se morrer, não tem o que se fazer. Esse é nosso pensamento enquanto prefeito e presidente. Vamos nos reunir com o governador Wellington Dias e várias entidades. Deve sair uma nova regulamentação para flexibilizar ou manter o decreto de isolamento”, destacou.
As prefeituras receberam hoje a terceira parcela do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) com queda de 41%. Jonas afirma que já pode se associar os reflexos da crise à queda.
“O FPM apresenta uma queda de 41% com relação ao de fevereiro. Estamos na expectativa. Ontem tivemos uma videoconferência com ministros e o Governo Federal deve recompor essa queda no primeiro decêndio de abril. Já tem um reflexo dessa crise provocada pelo coronavírus”, disse.
Os prefeitos mostram preocupação com a possibilidade de atraso no pagamento de fornecedores. A manutenção da folha de pagamento dos servidores é prioridade.
“A preocupação de todos os prefeitos é começar atrasar os fornecedores. Isso devido a queda de receitas do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Os municípios recebem 25% do ICMS. Isso praticamente zera porque não tem arrecadação nos estados. O IPTU as pessoas também não estão pagando. Então está previsto algo que não é muito bom. Pedimos para o governo liberar o que tiver de emendas. Mas a preocupação é muito grande”, destacou.