Andressa Leão: Procon fala em polícia e diz que consumidores podem ser ressarcidos

As denúncias envolvendo a empresa da estilista Andressa Leão ganham um novo capítulo, após um áudio de uma cliente vazar na Internet afirmando que as roupas da empresária são trazidas do Brás, distrito de São Paulo bastante conhecido pelo comércio têxtil. O fato veio à tona na manhã desta quarta-feira (15/02) e o OitoMeia foi investigar mais sobre a possibilidade de falsificação por parte da marca piauiense. O Procon destaca que pode virar caso de polícia e que consumidores lesados podem ser ressarcidos.

Procon diz que caso da marca Andressa Leão é atípico e que consumidores lesados devem ter provas (Foto: Reprodução Instagram)

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Nos prints divulgados nas redes sociais, a reportagem conseguiu identificar a distribuidora das roupas que também são vendidas pela marca Andressa Leão. Trata-se de uma fábrica localizada no Bom Retiro, na capital paulista. Conhecida no Instagram e Facebook como Hush by Rosana, a empresa vende a produção de roupas somente no atacado para revendedores de todo o Brasil.

Em entrevista ao OitoMeia, fonte afirma que o valor cobrado pela Andressa Leão destoa bastante das mesmas peças vendidas em Uberaba, Minas Gerais (Reprodução Instagram)

O OitoMeia conseguiu contatar um desses revendedores, com sede na cidade de Uberaba, em Mina Gerais. A loja mineira em questão é a We Store, que também disponibiliza os mesmos modelos da estilista piauiense. A fonte não quis se identificar por “questão de delicadeza e bom senso”, mas ressalta que não há a troca da etiqueta do fabricante pela marca do seu estabelecimento comercial.

Revendedora mineira diz que há possibilidade de troca da etiqueta, mas informa que exclusividade é mais difícil sobre caso Andressa Leão (Reprodução Instagram)

“O que eu posso falar é que a Hush tem umas peças com preços bem comerciais. As peças não costumam ser caras. Na verdade, essa troca de etiqueta só pode ser permitida com o aval da marca. É feito até um contrato para que haja essa possibilidade, porém nem sempre as roupas serão exclusivas. No caso da Hush, eu acho que é mais difícil, mas conheço outras lojas de outras cidades que fazem isso. É comum, desde que haja o consentimento da marca original”, explica.

ACUSAÇÃO DE “PREÇOS ABUSIVOS E DESTOANTES” POR PEÇAS BARATAS

O áudio que tornou o caso público explica que três peças de roupas compradas na loja Andressa Leão custaram R$ 2 mil, em tom de críticas aos valores. Por outro lado, a fonte mineira que cedeu entrevista ao OitoMeia afirma que o valor cobrado no Piauí destoa bastante das mesmas peças vendidas em Uberaba. “Acho indelicado falar de preços, mas R$ 2 mil é muito caro. Não adianta eu tirar uma etiqueta e colocar a minha e depois aparecer outra blogueira usando a mesma roupa, pois fica mais feio. Neste caso, o preço abusivo seria caso do Procon”, destaca.

Em vídeo, Andressa Leão diz empregar cerca de 30 funcionários e diz ser vítima de ataques (Foto: Reprodução Instagram)

Em consulta ao Programa de Proteção e Defesa do Consumidor do Piauí (Procon), o órgão esclarece que o caso é atípico e pode até ser alvo de investigação policial, desde que quem se sentir lesado denuncie à Polícia Civil. A informação é do assessor jurídico do Procon, Edivar Carvalho.

“Se o consumidor demonstrar e provar a situação fática, o caso pode sim ser analisado pelo órgão, responsabilizando a loja por publicidade enganosa. Neste caso, o cliente prejudicado poderia romper o contrato e ter o valor ressarcido, além da possibilidade do pagamento de multa pela empresa, dependendo da quantidade de pessoas prejudicadas”, exemplifica Edivar ao OitoMeia.

AL SE DEFENDE

Assim que o caso veio à tona, a assessoria de imprensa da marca Andressa Leão divulgou nota esclarecendo que a empresa tem parcerias nacionais que terceirizam parte das roupas vendidas. “Essa é uma prática comum no mercado de moda e existem empresas especializadas em produzir especialmente para as marcas”, diz trecho da nota. O OitoMeia ligou para a loja, mas o telefone disponível estava desligado. Os assessores da empresária afirmaram à reportagem que ela não daria entrevista por conta de uma viagem.

Assessoria de imprensa da marca Andressa Leão divulgou nota esclarecendo que a empresa tem parcerias nacionais que terceirizam parte das roupas vendidas (Foto: Reprodução Instagram)

Já no final da tarde desta quarta-feira (15/02), a estilista publicou vários vídeos em seu perfil no Instagram Histories para esclarecer sobre as críticas recebidas. “Começamos a fazer uma coisa que as grandes lojas já fazem há muito tempo, que é a compra de produtos. Menos de 10% dos nossos produtos internos nós compramos de fábricas que, inclusive, revendem para empresas de grande renome. Eu posso sim colocar a minha etiqueta, a partir do momento que ela sai do chão de fábrica, pois eu assumo a responsabilidade”, declara.

VEJA O VÍDEO:

CONFIRA A NOTA NA ÍNTEGRA

Sobre informações distorcidas que estão circulando, a empresária e estilista Andressa Leão esclarece que a marca AL possui produção própria e emprega cerca de 30 colaboradores responsáveis pela produção de 70% da loja. As demais peças são produzidas em parceria com fábricas nacionais que terceirizam a produção, como fazem também grandes grifes e lojas do país. Essa é uma prática comum no mercado de moda e existem empresas especializadas em produzir especialmente para as marcas.  A equipe da marca Andressa Leão esclarece ainda que tem expectativa de expandir sua produção própria , aumentando assim o número de empregados no Estado do Piauí, contribuindo com o crescimento do setor da Moda em nossa região.

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