Regina Sousa acredita que reforma trabalhista terá dificuldades de aprovação no Senado

Opositora ferrenha da reforma trabalhista, a senadora Regina Sousa (PT)  foi enfática ao se referir ao projeto de lei como uma ‘autorização para a volta do trabalho escravo no Brasil’. Diferentemente da Câmara dos Deputados, Regina Sousa acredita que a proposta encontrará dificuldades de aprovação no Senado.

 A matéria foi provada na Câmara dos Deputados ainda no mês de abril e propõe mudanças em mais de cem pontos da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).

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“A reforma trabalhista passará pelo Senado não sem grande dificuldade, terá dificuldade, mas como é maioria simples, então a gente não conta que possa derrotá-la. Certamente haverá no Senado alguma modificação da atual proposta que representa a autorização para a volta do trabalho escravo. Esse país resgatou em 20 anos, 52 mil trabalhadores da escravidão. Com esta lei o trabalho escravo vai voltar”, disse a senadora.

Ela frisa que o projeto de lei está sendo amplamente discutido no Senado e que, para ser aprovado, terá que passar pelas comissões de Assuntos Econômicos, Sociais e Constituição e Justiça.”Serão seis debates…agora que estamos no primeiro. Esse é o tempo que precisamos para esclarecer a população”, reitera.

Além de criticar a proposta que prevê mudanças para os trabalhadores urbanos, ela fez referência também à reforma trabalhista rural que ainda está na Câmara dos Deputados.

“A reforma rural ainda nem chegou…mas dizer que o trabalhador rural assalariado pode trabalhar 18 dias sem folga nenhuma, sem sábado, domingo ou feriado, e folgar os outros 12 dias. Quem conhece o trabalho em canavial ou a colheira de laranja, sabe que a pessoa morre se trabalhar 18 dias seguidos, devido as condições de trabalho hoje no campo”, argumenta.

Em entrevista ao Notícia da Manhã, a senadora também criticou a reforma trabalhista. Apesar da ampla discussão, ela ressalta que a Proposta de Emenda à Constituição encontra resistência no Senado, até mesmo entre os peemedebistas.

“A reforma da Previdência é emenda constitucional e não é fácil para o Governo aprovar no Senado. Há dissidentes no próprio Governo, cerca de 15 senadores entre PMDB e outros partidos, que disseram que do jeito que tá não aprovam. O Governo já acenou para algumas mudanças, mas não siginificativas. No Piauí, já fiz debates com quase 10 mil pessoas, entre prefeitos vereadores…Essa PEC tem mais discussão e compreensão da população e consequentemente mais reação”, finaliza a senadora piauiense.

Graciane Sousa

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