Mulher que confessou matar grávida e retirar bebê contou à PM que pesquisou como fazer parto na internet

Vítima estava grávida de oito meses foi dopada por suspeita, segundo a polícia. Bebê está internado no HC-UFU.

A mulher de 37 anos, presa após confessar que matou uma grávida para retirar o bebê, contou à Polícia Militar (PM) nesta terça-feira (5) que, antes de cometer o crime, pesquisou na internet métodos para fazer uma cesárea. O companheiro da mulher também foi preso suspeito de participação no caso.

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De acordo com o Boletim de Ocorrência (BO), o caso ocorreu em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, após atrair a gestante de oito meses, Gabrielle Barcelos Silva, até a casa onde mora prometendo doar roupas de bebê, a mulher dopou a jovem com tranquilizantes e usou um estilete para abrir a barriga da vítima e retirar a criança. A mãe da vítima é vizinha da casa onde o crime ocorreu.

O homicídio aconteceu no Residencial Monte Hebron também na tarde desta terça. O corpo da vítima de 18 anos foi encontrado pelo filho da suspeita que, ao chegar à residência, viu um corpo enrolado em um colchão que estava no quintal, além de várias marcas de sangue pelos cômodos. O adolescente de 14 anos estava sozinho na casa e chamou a polícia.

A PM explicou que, no mesmo momento em que foi acionada pelo adolescente, também recebeu informações do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) sobre uma mulher e um bebê que deram entrada no hospital.

A paciente disse no hospital que deu à luz em casa sozinha. No entanto, os médicos desconfiaram da história, pois avaliaram que, dadas as condições físicas apresentadas pela mulher, seria impossível que ela tivesse passado por um parto em casa no mesmo dia, conforme consta no BO.

Corpo de Gabrielle foi encontrado em quintal da casa da mulher que confessou homicídio em Uberlândia (Foto: Bárbara Almeida/G1)
Corpo de Gabrielle foi encontrado em quintal da casa da mulher que confessou homicídio em Uberlândia (Foto: Bárbara Almeida/G1)

Confissão

No hospital, após ser questionada pelos militares, a mulher confessou que não era mãe da criança. Ela relatou que o companheiro havia ameaçado terminar o relacionamento depois que ela sofreu um aborto de gêmeos há alguns meses. Pouco tempo depois, a suspeita disse que ainda estava grávida, mas de apenas um bebê, e começou a traçar um plano para conseguir uma criança.

A mulher disse que percebeu que Gabrielle estava grávida e começou a observá-la na rua. Chegou a pesquisar na internet como realizar uma cesárea e convidou a jovem para pegar na casa dela uma doação de roupas de bebê.

Quando a jovem chegou à casa, foram servidos a ela uma xícara de café e um copo de suco. A mulher contou que tanto no suco quanto no café estava misturado um medicamento com uma alta dosagem de tranquilizante. Dopada, a grávida começou a se sentir mal e foi levada para a cama de um dos quartos da casa.

A mulher então disse ter enforcado a vítima com as mãos e feito um corte na barriga da jovem com um estilete para depois jogar o corpo em uma valeta do quintal.

No depoimento, a mulher ainda afirma que o companheiro sabia de todo o plano e ajudou a esconder o corpo da vítima. O homem negou participação no crime e declarou que, pela manhã, antes de sair do trabalho, ouviu dela que a filha dos dois nasceria na terça-feira.

Entenda

Ainda de acordo com a PM, após cometer o crime, a mulher mandou mensagem para o companheiro dizendo que estava em trabalho de parto e seguia para a Unidade de Atendimento Integrado (UAI) do Bairro Planalto. Ao chegar à UAI e não ver a mulher, ele disse ter seguido com uma ambulância para a residência do casal. Da casa, a criança e a suposta mãe foram levadas para receber atendimento.

Na UAI, os médicos falaram que o estado de saúde do bebê era grave e transferiram a criança e a mulher para o HC-UFU. O homem de 34 anos também foi para o hospital e, após os militares descobrirem o crime, também foi preso suspeito de ter participação.

O casal foi levado para a Delegacia de Polícia Civil de Uberlândia, que vai investigar o caso. Não há informação de que os suspeitos têm advogado.

A PM informou que a criança, do sexo feminino, está sob responsabilidade do pai e da família de Gabrielle e segue internada no HC-UFU. O hospital não deu detalhes sobre o estado de saúde da paciente.

O corpo da vítima foi levado para o Instituto Médico Legal (IML).

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