Conflito de interesses seria a causa da suspensão de serviços da Unimed Teresina

Que o Piauí é referência no setor da saúde, disso não se tem dúvida. Brasileiros de todos as regiões se deslocam até o estado para tratar de alguma enfermidade. Contudo, polêmicas têm ganhado mais destaque dentro do setor.

Um exemplo disso é o conflito que surgiu entre o plano de saúde Unimed Teresina e o Governo do Estado, representado pelo Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do Estado do Piauí (Iaspi), através do plano de saúde Plamta. A Unimed Teresina alega que o Iaspi/Plamta tem uma dívida com a rede de hospitais que ultrapassa os R$ 4 milhões.

A Unimed Teresina teria acionado a Justiça para receber os proventos devidos aos serviços que prestou ao instituto do governo. Por conta dessa situação, a Unimed Teresina suspendeu os atendimentos e consultas aos usuários do Iaspi/Plamta.

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Apesar do litígio, o instituto garante que tentou realizar o pagamento da dívida junto a Unimed Teresina e alega que a intenção da empresa é credenciar o hospital pertencente à rede da Unimed Teresina recém inaugurado no bairro Primavera, zona Norte de Teresina.

Já à reportagem do OitoMeia, a assessoria da Unimed Teresina diz que o Iaspi/Plamta tem se negado a pagar os serviços prestados.

De acordo com nota da rede de hospital Unimed, a teimosia em não cumprir com as obrigações contraídas estaria baseada em irregularidades contratuais entre o Hospital Unimed Primavera (HUP) e o Plamta.

“É facilmente constatável não haver contrato formal entre as empresas; entretanto, não se pode esquecer a imprescindível consciência do Iaspi/Plamta, através da doutora Daniele Aita”, aponta nota divulgada à reportagem do OitoMeia através de assessoria.

CONFLITO DE INTERESSES PESSOAIS?

A Unimed Teresina atribui a falta de compromisso do Iaspi/Plamta à gestora do Iaspi, doutora Daniele Aita. Tudo porque ela teria sido admitida na Unimed Teresina com a finalidade primária de preencher vaga de plantonista no Hospital Unimed Primavera e pode, pessoalmente, segundo informações da assessoria à reportagem do OitoMeia, vistoriar as instalações do hospital, previamente ao início de suas atividades;

A rede de hospitais alega ainda que as cirurgias realizadas no Hospital Unimed Primavera, de forma eletiva, foram previamente autorizadas pelo Plamta, a partir de guias próprias, preenchidas, manualmente, pelos médicos cooperados da Unimed Teresina, indicando o HUP como local de internação.

Hospital Unimed inaugurado em Teresina na zona Norte no bairro Primavera (Foto: Reprodução/ TV Meio Norte)

Tendo, inclusive, os médicos auditores do Iaspi/Plamta visitado, regularmente, o HUP, com a finalidade específica de auditar os prontuários dos pacientes lá internados.

Acontece que o Plamta efetuava, regularmente, pagamentos concernentes a serviços prestados pelos médicos cooperados da Unimed Teresina e pelo Hospital Unimed Primavera. “Aqui, frise-se, sempre através do CNPJ do Hospital Unimed Ilhotas, único então credenciado”, completa a nota enviada ao OitoMeia;

Contudo, o conflito de interesses teria começado neste ano (2017), após a destituição dos diretores executivos da Unimed Teresina, em decorrência de graves infrações cometidas, e após a aprovação de novos cooperados aos cargos da diretoria executiva da Unimed Teresina, o Plamta suspendeu os pagamentos, até então regulares, das contas do Hospital Unimed Primavera.

Os diretores executivos demitidos são os mesmos que admitiram a doutora Daniele Aita como cooperada da Unimed Teresina. A desfeita de dever cumprir, como requisito de ingresso na cooperativa, escala de plantões semanais no HUP, Daniele Aita foi dispensada da obrigação e jamais prestou serviço àquele hospital como plantonista, segundo aponta informações levantadas na nota enviada à reportagem do OitoMeia.

“Considerada ação insuficiente contra a nova Diretoria Executiva da Unimed Teresina, a Dra. Daniele Aita determinou, ainda, a suspensão dos pagamentos referentes aos serviços prestados pelo Hospital Unimed Ilhotas (HUI), voltado especialmente ao atendimento materno-infantil. O IASPI condicionou, de forma abusiva, a efetuação dos pagamentos à apresentação de documentos – pendentes desde a gestão anterior da Unimed”, acusa nota da Unimed Teresina.

Por conta desse conflito de interesses, o Hospital Unimed Ilhotas paralisou o atendimento a seus beneficiários.

IASPI NEGA DENÚNCIAS DA UNIMED TERESINA

Já em nota divulgada à imprensa, o Iaspi/Planta nega as denúncias e alega que tentou realizar o pagamento dos serviços prestados pelos hospitais da Unimed Teresina. O instituto afirma que vem obedecendo a todos os ditames concernentes ao pagamento de seus credenciados que estão apresentando regularmente as faturas/notas dos serviços prestados.

Mas, aponta que a Unimed não está realizando tal apresentação, que inclusive já fora solicitada por ofício, reiteradas vezes, para que o pagamento fosse realizado.

Doutora Daniele Aita, gestora do Iaspi/Plamta (Foto: Reprodução/TVCidadeVerde)

Além disso, segundo o Iaspi/Plamta, vários encontros foram realizados para negociação e entendimento e a Unimed Teresina chegou a recusar o pagamento dos serviços prestados pelo Hospital Unimed Primavera, numa tentativa de associar esse pagamento ao credenciamento do hospital localizado na zona Norte.

“Ora, este Instituto tem ciência e sensibilidade para reconhecer que, embora possam ser irregulares, os serviços foram prestados e devem ser remunerados, e em nenhum momento se posicionou contra a efetivação do pagamento”, diz trecho da nota divulgada pelo Iaspi que continua afirmando que o conflito tem tomado proporções que ultrapassam o campo individual e está sendo usado como mais uma das várias tentativas da Unimed de credenciar a todo o custo o hospital situado no bairro Primavera.

Finalizando a nota, o Iaspi/Plamta salienta que vem tomando as medidas cabíveis, administrativas e jurídicas, de modo que os segurados do Iaspi/Plamta não sofram quaisquer danos.

“Reforça-se também o esforço da gestão do Iaspi em continuar contribuindo para uma melhor prestação de serviços aos seus beneficiários e dependentes de maneira contínua e responsável, bem como de maneira transparente e objetiva para com seus credenciados”, finaliza o instituto.

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