Copa do Mundo de Futebol Feminino: muito distante da Copa masculina?

O ano de 2019 tem uma inegável importância para as mulheres que fazem parte do universo futebolístico. Afinal, a Copa do Mundo de Futebol Feminino, o maior evento internacional da categoria, ocorre em junho, na França. A seleção brasileira contará com grandes nomes, como a meio-campista Formiga e a atacante Marta, recordista do prêmio de melhor jogadora do mundo.

No entanto, o futebol feminino, como acontece com outros esportes, ainda não conquistou a visibilidade, a atenção e o dinheiro que as competições masculinas detêm. Confira, a seguir, as enormes discrepâncias entre os gêneros nas copas mundiais.

Foto: Unsplash

Diferença de bilhões

Em 2015, o time vencedor da Copa do Mundo de Futebol Feminino, a seleção americana, recebeu 2 milhões de dólares como prêmio; um ano antes, a seleção masculina da Alemanha havia levado para casa 35 milhões de dólares por ganhar o mundial de futebol masculino, conhecido apenas como Copa do Mundo.

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Em 2018, a seleção masculina francesa ganhou 38 milhões de dólares ao vencer a competição da FIFA, enquanto a grande vencedora da copa feminina de 2019 levará somente 4 milhões.

O maior motivo para a discrepância é, obviamente, o dinheiro gerado por cada um desses eventos. A Copa do Mundo de Futebol Feminino produziu cerca de 73 milhões de dólares em 2011, ao passo que a copa masculina de 2010 gerou pouco menos de 4 bilhões.

Visibilidade e engajamento

A movimentação de dinheiro em grandes competições esportivas internacionais envolve uma série de setores e operadores. A FIFA, as redes de televisão, a indústria do turismo e as empresas que investem em publicidade nesses eventos são alguns dos grandes interessados na visibilidade e engajamento gerados e nos valores movimentados.

Com a copa masculina atingindo mais de 3 bilhões de espectadores no mundo, enquanto a competição feminina conquistou apenas 750 milhões, é de se esperar que as mulheres recebam menos investimentos da FIFA, assim como de empresas privadas.

Na Internet, espaço onde o engajamento de espectadores com competições esportivas tem alcançado novos patamares, a situação é semelhante. Portais de apostas esportivas, como a Betfair, vêm conquistando o mundo nos últimos anos e, hoje, já se estima que essa indústria gere mais de 700 bilhões de dólares por ano, sendo o futebol responsável por 70% do dinheiro movimentado.

Grandes competições, como a Copa do Mundo, impulsionam o número de apostas em determinadas épocas. A Copa de Futebol Feminino, no entanto, não tem desfrutado dessa empolgação. Os apostadores parecem mais interessados nos campeonatos nacionais de diversos países do que nesse evento mundial. Nessas plataformas, as atletas mulheres se destacam principalmente no tênis. Em esportes de enorme sucesso internacional, como o futebol e o basquete, elas ainda precisam conquistar seu espaço.

Qualidade não é o que falta ao futebol feminino, como já mostraram jogadoras como Marta, Abby Wambach e Pernille Harder, entre tantas outras. A Copa do Mundo de Futebol Feminino é mais jovem do que muitos torcedores hoje. Existente desde 1991, ela é 61 anos mais nova do que o campeonato mundial masculino.

Fonte: Pexels

Contudo, a incrível ascensão que a competição tem exibido nos últimos anos, com a última copa feminina registrando um aumento de mais de 30% de espectadores em relação à anterior, é provável que não demore tanto tempo assim para que ambos os eventos se aproximem em termos de popularidade e faturamento.

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